Tempo virá em que os seres humanos se contentarão com uma alimentação vegetariana e julgarão a matança de um animal inocente como hoje se julga o assassínio de um homem.” Leonardo da Vinci

sábado, 31 de dezembro de 2011

Revendo conceitos e práticas e crescendo em sabedoria e compaixão

Sandro Oliveira de Carvalho 

Ao final de cada ano é comum as pessoas refletirem sobre suas existências e, revendo conceitos e práticas, passarem a elaborar planos em relação ao novo ano que se aproxima e durante o qual esperam alcançar um patamar mais elevado em suas vidas. Intuitivamente elas compreendem que lhes é concedida, uma vez mais, a áurea e feliz oportunidade para reescrever um novo roteiro para a jornada que deverão percorrer no ano que nasce renovando esperanças e ideais. Essas e outras observações nos levam a refletir sobre o sentido maior da existência, o porquê de estarmos aqui e essa reflexão nos leva a concluir, com muita serenidade, que viemos a este mundo para crescer em conhecimento, sabedoria e amor, devendo ser caridosos e compassivos com nossos semelhantes e também com os animais, nossos irmãos menores. Devemos, ainda, amar e proteger a Mãe Terra, tratando-a com reverência, gratidão e cuidando dela com o mesmo carinho e atenção que dispensaríamos a um ente querido. Neste sentido, nunca é demais lembrar que este pequeno e lindo planeta azul e verde (pelo reflexo do céu em seus mares e oceanos e pelas exuberantes matas, cerrados e florestas) é o único lar que possuímos e, por isso mesmo, devemos cuidar dele com extremo carinho para que desfrutemos uma vida mais saudável e feliz e o deixemos em condições ainda melhores para aqueles que continuarão vivendo aqui após nossa partida. E para bem cumprir a missão de zeladores do planeta devemos nos lembrar que a vida na Terra exige sempre, de cada um de nós, a revisão de conceitos e práticas visando sempre a felicidade, o progresso individual e coletivo. Progresso, diga-se de passagem, que deve se manifestar sempre em conformidade com as leis do amor e em estrita harmonia com o exercício de uma espiritualidade sadia, edificante, libertadora e que não compactue, de modo algum, com ideias e atos de fanatismo, dominação, intolerância, ódio, violência, preconceito e discriminação de qualquer natureza; que não seja dogmática e que caminhe observando e incorporando, para o bem de todos, inclusive dos animais, as maravilhosas descobertas e avanços da ciência. Agindo em consonância com tais princípios haveremos de alcançar, para nós e para outros seres, uma melhor condição de existência. Além disso, cresceremos em muitos outros sentidos ou aspectos e seremos verdadeiramente iluminados com uma nova, mais feliz e empolgante experiência de vida. Entretanto, frisemos bem este ponto, pois nunca é demais repeti-lo, não podemos nos esquecer que a iluminação que acompanha esse novo e radiante estado de vida requer que manifestemos amor e compaixão pelos seres humanos, pelos animais e pelo planeta Terra como um todo. Em relação aos animais, por exemplo, tenhamos sempre em mente que eles também sentem sede, fome, dor, necessidade de conforto, de carinho, de amor. Eles manifestam apego e sentimentos de afeto por seus iguais e também pelos seres humanos, dos quais necessitam obter afeto e proteção. Aproveitemos, portanto, querido (a) leitor (a), o ano que se inicia e, revendo conceitos e práticas, procuremos crescer mais em sabedoria e compaixão. Respeitemos o fato de que os animais, assim como qualquer um de nós, não desejam sofrer, não desejam morrer; eles querem, além da liberdade, apenas uma coisa: eles querem viver!

 
Image: johnhain, in Pixabay




 
Marrock82. http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=LZs5vIV8f7g, acesso em 31/12/2011.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Carne é Fraca, o documentário



Sandro Oliveira de Carvalho

No início do novo milênio, ou seja, durante o tão simbólico, aguardado e festejado ano 2000, defensores dos direitos animais saudaram com renovada alegria, entusiasmo e esperança, o surgimento do Instituto Nina Rosa que, desde então, vem atuando, ao lado de inúmeras outras instituições, de maneira firme, corajosa e convincente na defesa dos animais, do vegetarianismo, do meio ambiente, de causas, enfim, que promovem o bem-estar dos seres humanos e dos animais, bem como o respeito à natureza e ao meio ambiente e cujo "propósito geral é", nas palavras da nobre fundadora, senhora Nina Rosa Jacob, "contribuir com uma sociedade mais justa, pacífica e responsável."

Realizando, sob os auspícios da sabedoria eterna que se manifesta em atos de bondade e compaixão, maravilhosos e eloquentes "Projetos por amor à vida", o Instituto Nina Rosa constitui uma atuante e promissora "Organização independente sem fins lucrativos" e que conta com o leal e constante apoio de seus voluntários, assim como de outros incentivadores e pessoas identificadas com a causa.
   
Dentre os inúmeros projetos realizados pelo Instituto Nina Rosa, podemos mencionar, a título de exemplo, o impressionante documentário "A Carne é Fraca", divulgado em 2004 e que denuncia as terríveis consequências do consumo de carne e de como isso afeta a vida de seres humanos e animais e ainda contribui com a devastação da natureza e do meio ambiente.

O documentário é apresentado pela ativista Nina Rosa Jacob, presidente do instituto que leva seu nome, e conta com a participação do professor e escritor Christian Caubet, do escritor e pesquisador João Meirelles Filho, do ambientalista, escritor e documentarista Washington Novaes, do escritor, roteirista e jornalista Dagomir Marquezi, da jornalista Flávia Lippi e de outras personalidades.

Após ver "A Carne é Fraca" conclui que o mesmo é, de fato, o melhor documentário brasileiro até agora produzido sobre o tema envolvendo o consumo de carne, o bem-estar dos animais e o meio ambiente.

Para maiores informações sobre o INR - Instituto Nina Rosa e seu extraordinário trabalho, acesse o site e veja o vídeo institucional.

Site: www.institutoninarosa.org.br
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=pt&v=RgDU-iZhNZA

A seguir, o documentário “A Carne é Fraca”.
  
Venus2012. http://www.youtube.com/watch?v=a8vnvXyK58U&feature=channel_video_title, acesso em 30/11/2011.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A carne e as verdades inconvenientes



Sandro Oliveira de Carvalho

2006 marcou, de forma significativa, a luta pela preservação do meio ambiente, pois, nesse ano, Davis Guggenhein dirigiu o documentário, premiado com o Oscar de 2007, “An Inconveniente Truth” (Uma Verdade Inconveniente), cujo grande inspirador e principal estrela foi Al Gore, vice-presidente dos EUA durante a administração de Bill Clinton.

Focalizando de maneira especial o problema do aquecimento global, o documentário constitui solene e vigoroso alerta contra a situação caótica em que se encontra o planeta Terra em face da destruição da natureza pela ação do homem e de como nossas ações, individuais e coletivas, são decisivas na corrida contra o tempo para salvar o que restou e impedir que a devastação atinja um nível que comprometa, de maneira irremediável, a sobrevivência do homem e de outras espécies.

Não obstante o imenso valor, a inquestionável importância de que se reveste o referido documentário, lamentavelmente precisamos informar o fato de que Al Gore e o diretor Davis Geggenhein cometeram grave falha ao omitir a informação de que a pecuária tem sido responsável por nada menos do que 18% da emissão de gás metano, responsável direto pelo aquecimento global. Para se ter uma ideia do que isso significa, em termos de poluição ambiental, basta dizer que uma única vaca produz, em um ano, mais gases causadores de efeito estufa do que um carro percorrendo, no mesmo período, um percurso de mais de 70.000 km.

Essas e outras graves revelações e alertas constam do impressionante documentário “Meat The Truth” (Uma Verdade Mais que Inconveniente), produzido no ano de 2007 pela Nicolaas G. Pierson Foundation, ligada ao aguerrido e atuante “Partido pelos Animais”, com sede na Holanda.

Apresentado pela inteligente ativista e deputada Marianne Thieme, o auspicioso documentário vem suprir a grave lacuna deixada pelo “An Inconveniente Truth”, de Al Gore e reafirmar as terríveis previsões que falam de um futuro sombrio com o qual nossas crianças terão de se defrontar muito em breve a não ser que tomemos, de maneira séria e imediata, todas as providências necessárias para salvar o planeta e, por extensão, a própria humanidade, hoje em risco de extinção.
 
Infelizmente, o cenário não é nada bom, pois, como indagou a deputada holandesa, “onde estão as campanhas públicas para conscientizar sobre a relação entre o aquecimento global e o consumo de carne?”

A seguir, o documentário “Meat The Truth”, legendado em português.

Venus2012. http://www.youtube.com/watch?v=u7LBPHtOBnk, acesso em 31/10/2011

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Atrocidades da indústria de peles



Sandro Oliveira de Carvalho

A exploração dos animais pelo ser humano tem atingido níveis tão alarmantes, cruéis e assustadores, gerando uma onda gigantesca de intensa dor, sofrimento e morte, que nos perguntamos até quando esse pesadelo continuará e que terríveis consequências trará à humanidade, uma vez que a lei de ação e reação não pode simplesmente ser anulada ou manipulada ao critério das conveniências humanas, principalmente em se tratando de questões envolvendo atos de violência e dor.

Somente para atender a vertiginosa, infame e insaciável demanda por carne, cobaias e peles, milhões de animais são confinados, maltratados e mortos todos os dias, no mundo inteiro.

A indústria de peles, por exemplo, a fim de satisfazer desejos fúteis, egocêntricos e narcisistas de consumidores insensíveis, sem compaixão, e também para enriquecer seus proprietários e sócios ávidos por lucro, tem sido responsável por atrocidades tão aviltantes e cruéis, praticadas contra criaturas inocentes e indefesas, que só de ouvir falar em tais monstruosidades milhares de pessoas chegam às lágrimas.

E é justamente sobre este assunto, ou seja, sobre o uso de peles para a confecção de casacos e outros vestuários, que falaremos a seguir, pois já está amplamente demonstrado que a indústria de peles tem sido causa de uma das mais horríveis, abjetas e sistemáticas formas de exploração, tortura e matança de animais.

Para que se tenha uma noção do impacto devastador que a indústria de peles tem causado à vida de milhões de animaizinhos inocentes, dentre os quais arminhos, raposas, chinchilas, gatos, martas, texugos, focas, lobos, esquilos, visons, coelhos, cães etc., mencionaremos, a seguir, algumas das criminosas situações a que estão expostos os pobrezinhos.

Armadilhas e grilhões

Em muitos lugares, os animais visados pela indústria de peles são capturados através de armadilhas ardilosamente preparadas por cruéis caçadores que só voltarão ao mesmo local diversos dias ou semanas após. Enquanto isso, os animais, presos às torturantes armadilhas, ficarão expostos às intempéries do tempo e sofrendo, dentre inúmeras outras formas de tortura, intensa dor, sede e  fome. Em consequência de tais circunstâncias, muitos desses animais chegam ao ponto de roer as próprias patinhas no afã desesperador de livrar-se do sofrimento e alcançar a tão sonhada liberdade. Porém, ao tentar a liberdade de forma tão extrema e dolorosa, muitos morrem sangrando ou vitimados por horríveis e profundas inflamações e infecções. Com grande alívio e esperança, muitas das inocentes criaturinhas, que sobrevivem aos grilhões, saúdam a chegada dos caçadores mal sabendo, todavia, o que lhes aguarda, pois, para elas, o inferno está apenas começando com a chegada de tais homens, em cujos corações não há compaixão.

Prisão, confinamento e tortura

Antes de serem mortos, muitos dos animais capturados vão juntar-se àqueles criados em fazendas de extração de peles, onde serão mantidos confinados, muitas vezes por longos períodos ou até mesmo por toda a vida, em pequenas e desconfortáveis gaiolas e onde desenvolverão inúmeros problemas físicos e psíquicos, além de canibalismo e outras manifestações de sofrimento e total desequilíbrio, tais como agitar-se continuamente de um lado para o outro, bater a cabeça nas grades ou mordê-las num frenesi de angústia, stress e profunda ansiedade pelo desejo de verem-se livres novamente. Sem tratamento veterinário, muitos desses animais ficam seriamente feridos, doentes e aguardando apenas a morte chegar para colocar um fim às suas vidas miseráveis.

Esfolamento e morte

Se as reais condições de vida dos animais capturados, aprisionados e maltratados para atender as demandas da indústria de peles e carne, que só existe porque há consumidores dispostos a pagar por tais produtos, já é de uma crueldade e insensibilidade absurdas, não deveríamos nos surpreender se o destino final dado a esses pobres seres, ou seja, a morte, seguisse pelo mesmo caminho de crueldade e sofrimento atroz. Ora, se alguém imaginava que os assassinos dos animais estão preocupados em matá-los de forma menos cruel, menos dolorosa, enganou-se completamente, pois não há piedade ou misericórdia alguma da parte dessas pessoas que escolheram sustentar suas vidas ou seus lucros, conforme o caso, de maneira tão covarde e vil. Alegam tais carrascos que é necessário preservar a pele de suas vítimas de modo a evitar que se produzam certas avarias, pois, se isso ocorresse, os insensíveis consumidores ficariam muito desapontados e insatisfeitos por não terem seus vergonhosos desejos atendidos à altura de suas cruéis exigências. Assim, para que suas peles permaneçam intactas, os pobres animais são torturados e mortos de formas diabolicamente cruéis, tais como: envenenamento, asfixia, afogamento, pauladas na cabeça, línguas cortadas para que a morte ocorra por sangramento, eletrocussão anal (choque elétrico através do ânus e reto do animal), e, talvez, a mais revoltante, cruel e demoníaca de todas, ou seja, o esfolamento (retira-se a pele do animal estando o mesmo ainda vivo, o que produz dores excruciantes, absurdamente fortes, terríveis).

As imagens das atrocidades

Ao final do texto o leitor poderá visualizar, se estiver preparado para tal, pois advirto que as imagens são extremamente fortes, cenas reais que aparecem no premiado filme documentário "Earthlings" (Terráqueos) e que revelam a verdade a respeito do sofrimento a que estão expostos milhões de animais presos, torturados e assassinados pela indústria de peles. Pesquisando o tema na Web, encontrei um vídeo em que aparece um recorte do referido filme documentário. Contendo pouco mais de três minutos, o recorte revela cenas e fatos estarrecedores a respeito das atrocidades da indústria de peles. Compartilhei esse vídeo e também um outro contendo "Earthlings" na íntegra (aproximadamente 1 hora e 35 minutos), e com legendas em português. Devo dizer, porém, que só tomei a decisão de compartilhar esses vídeos após muita reflexão, pois estava em dúvida se deveria fazê-lo, ajudando a revelar a verdade, ou se deveria poupar as pessoas de terem acesso, pelo menos através de meu blog, às cenas tão cruéis que aparecem nos vídeos. Só me decidi a fazê-lo, querido leitor, porque acudiu-me à consciência um pensamento luminoso e fui, pelo espírito, confrontado com a seguinte e importante questão: a quem interessaria ocultar a verdade sobre o sofrimento animal? Aos próprios animais ou aos seres trevosos que, direta ou indiretamente, tomam parte no aprisionamento, tortura e matança das criaturas de Deus? Ora, não foi em razão da exposição das horríveis imagens do Holocausto, que vitimou milhões de seres humanos, adultos e crianças, durante a segunda guerra mundial, assim como dos incontáveis testemunhos pessoais e outras provas irrefutáveis, que a humanidade se convenceu da realidade do maior crime já registrado nos anais da história? Em outras palavras, o que teria acontecido em Nuremberg e em todo o planeta, naqueles dias e nos que seguiram-se ao grande julgamento, se as mais impactantes provas do Holocausto, ou seja, as fotografias e filmagens das atrocidades, houvessem sido, em nome de um falso pudor, mantidas ocultas dos magistrados e jurados, da imprensa e da própria humanidade? Se tal hipotético acobertamento houvesse ocorrido será que a existência do monstruoso massacre teria sido reconhecida? Teria havido justiça? Teria brotado, em nossas mentes e corações, a firme e inabalável convicção de que foram brutalmente assassinados mais de quatro milhões de seres humanos e que isso não pode, de forma alguma, voltar a acontecer?

O mesmo princípio aplica-se em relação ao holocausto animal, pois será também pela corajosa divulgação de fotografias, filmes e documentários, expondo os sofrimentos das inocentes criaturas de Deus, que a luta pela libertação dos animais ganhará força crescente e veremos aumentar, dia após dia, o número daqueles que se unirão à companhia dos que lutam pelo fim do aprisionamento, exploração, tortura e matança de animais, até que sobrevenha a vitória final.
 
Quanto às criaturas humanas que, escravizadas pelo culto prestado ao horroroso e cruel panteão formado pelos deuses orgulho, egoísmo, indiferença, ego inflado, futilidade, frivolidade e ignorância, sentem mórbida necessidade de trazer, sobre seus míseros corpos carnais que o tempo brevemente se encarregará de entregar aos vermes da terra e reduzi-los a nada mais do que simples poeira custosos casacos e outras peças que causaram imensa dor, sofrimento e a morte de tantos seres sensíveis, sim, que elas possam refletir e compreender, enquanto há tempo, que as roupas mais lindas que podemos trazer sobre nossos corpos, tão frágeis e mutáveis, são as vestes da simplicidade, da ternura, do amor e da compaixão e sem as quais ninguém verá a face de Deus.

Recorte do filme documentário "Earthlings" (Terráqueos)

 
sandrokarlmarx. http://www.youtube.com/watch?v=jfsZG18F71I, acesso em 30/09/2011

Íntegra do Filme documentário "Earthlings" (Terráqueos)

Venus2012. http://www.youtube.com/watch?v=vPtrekRyTMA&feature=share, acesso em 30/09/2011

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O inferno da vivissecção

Sandro Oliveira de Carvalho

"A vivissecção é bárbara, inútil e um empecilho
ao progresso científico."  Dr. Werner Hartear (cirurgião)

"Se eu tivesse outra vida, dedicá-la-ia inteiramente
à luta contra a vivissecção." Bismarck


Quando li, pela primeira vez, a impactante frase do Dr. Ralph Bircher, segundo a qual, "Se fôssemos capazes de imaginar o que se passa, constantemente, nos laboratórios de vivissecção, não poderíamos dormir em paz e em nenhum momento estaríamos felizes e tranquilos", confesso que me senti, de imediato, possuído por aquela desagradável sensação que nos advém quando intuímos que algo de grave ou ruim está acontecendo ou em vias de acontecer. Movido, então, por súbito e sincero interesse em saber o que realmente se passa nos laboratórios de vivissecção, decidi empreender estudos sobre o tema, buscando compreender melhor um assunto a respeito do qual possuía, até então, poucas informações, o que é perfeitamente compreensível já que, convenhamos, não é praxe dos vivisseccionistas incentivar-nos a conhecer melhor a verdadeira natureza da prática que consiste, entre outros horrores, em abrir corpos de animais vivos. Assim, à medida em que me aprofundava no estudo do tema e adquiria conhecimento a respeito dos horríveis fatos relacionados à vivissecção, mais intensamente sentia meu coração estremecer de angustia e comoção ante a realidade brutal a que estão expostos esses pobres animais.

Em minha angustia compreendi que o homem, em longínquo passado, em sua busca por Deus e em razão de trazer dentro de si a consciência atormentada pela clara percepção de seus erros e falhas, cometidos principalmente contra a lei do amor e da compaixão, inventou o dogma do inferno para que pudesse servir de freio às suas más ações e também para que, movido pelo temor das penas eternas, fosse levado a praticar o bem e a evitar o mal. Com o passar do tempo, porém, o homem compreendeu, enfim, que somente o amor é capaz de influenciar para o bem, pois o medo não tem poder algum para libertar e elevar a alma do homem. Consequentemente, o inferno perdeu, para todos os efeitos, a razão de ser, até mesmo porque a existência desse lugar seria totalmente incompatível com a sabedoria e a misericórdia de Deus.

Entretanto, o inferno, que deixou de existir para amedrontar e fustigar o homem, foi, todavia, reinventado, porém, com o agravante de que, agora, não se acha mais localizado em alguma possível dimensão espiritual, mas tem suas bases muito bem estabelecidas aqui mesmo, na superfície do planeta Terra, onde pode ser facilmente localizado e observado por qualquer um de nós. Mas, afinal, de que inferno estamos falando? Ora, querido leitor, estamos falando precisamente daquele inferno que aprisiona, maltrata e assassina milhões de animais e que se encontra em cada confinamento, em cada matadouro, em cada frigorífico; daquele inferno que está presente no circo, na tourada, no rodeio e em qualquer outro lugar onde a diversão consista em dominar, explorar e maltratar animais indefesos e apavorados; daquele inferno que se manifesta no laboratório de vivissecção, onde criaturas sofridas e terrivelmente abusadas passam por sofrimentos, privações e maus tratos tão absurdos, revoltantes e atrozes que fariam desmaiar de terror, em pouco tempo, seres humanos submetidos a semelhantes crueldades. Existem, ainda, muitos outros infernos, maiores ou menores, onde se debatem, em dor e sofrimento, milhões de animais inocentes, indefesos e sujeitos à insensibilidade e maldade de seres humanos.

Em "Por que não devemos comer carne", assim me expressei:

"Além de todo o sofrimento que é causado aos animais pela falsa necessidade que o homem impôs a si mesmo de comer carne, os animais ainda são expostos aos terríveis sofrimentos resultantes da vivissecção, ou seja, os testes de laboratório com animais. Gandhi, ao falar sobre a vivissecção, declarou ser este 'o crime mais hediondo que se possa perpetrar contra criaturas indefesas.'

O Dr. Robert Sharp, um cientista de renome internacional e inimigo declarado dessas práticas cruéis, escreveu um livro chamado 'The Cruel Deception", no qual analisa a questão envolvendo a exposição dos animais aos testes de laboratório e condena com veemência essa prática aviltante. Do comovente livro 'Aprendendo a Respeitar a Vida', muito bem organizado por Hildegard Bromberg Richter, extraímos a seguinte informação publicada pelo Dr. Sharp:

'Todo ano, milhões de animais sofrem e morrem nos laboratórios em todo o mundo. São queimados, cegados, envenenados, irradiados e obrigados a morrer de fome. Recebem choques elétricos, são forçados a fumar cigarros e são viciados em drogas. Seus membros são amputados, seus olhos removidos por cirurgias e seus cérebros danificados. São privados de sono, mantidos em confinamento solitário e submetidos a doenças como câncer, diabete, herpes e AIDS. Para muitos animais, o laboratório é o inferno na terra.' Aprendendo a Respeitar a Vida, pág. 21.

O problema da vivissecção exige uma reflexão séria e urgente e que não pode ser ignorada, pois, como disse o Dr. Raph bircher, 'Se fôssemos capazes de imaginar o que se passa, constantemente, nos laboratórios de vivissecção, não poderíamos dormir em paz e em nenhum dia estaríamos felizes e tranquilos.'

Um fato positivo, nessa história de dor e sofrimento, é que muitos médicos, filósofos, políticos, professores, estudantes, artistas e outras pessoas estão se aliando à causa que pede o fim da vivissecção."

Concluindo, segue o documentário "Não Matarás", produzido pelo Instituto Nina Rosa e que revela a real natureza da vivissecção e toda a extensão da tragédia que produz, diária e sistematicamente, contra animais no mundo inteiro. Um vídeo para ser visto e compartilhado.


Venuz2012. http://www.youtube.com/watch?v=Uxxj9GRbyBE&feature=player_embedded, acesso em 31/08/2011.

domingo, 31 de julho de 2011

Terráqueos, o documentário


Sandro Oliveira de Carvalho

Em 2005 o movimento internacional pela libertação dos animais recebeu uma contribuição extraordinária, de grande e inestimável valor, que está comovendo pessoas no mundo inteiro e auxiliando poderosamente no estabelecimento de um novo paradigma que conduza a humanidade a uma mudança de postura, atitude e comportamento em relação aos animais e a natureza como um todo. Estamos nos referindo ao premiado filme documentário “Terráqueos” (Earthlings), que foi produzido e dirigido pelo ativista de direitos animais Shaun Monson, em parceria com a atriz e cantora Persia White. A trilha sonora foi composta pelo músico Moby e a narração ficou por conta do ator Joaquin Phoenix, do filme “Gladiador”.

Utilizando câmaras escondidas, Shaun Monson gravou as terríveis condições a que estão expostos milhões de animais nas fazendas que produzem carne, leite, ovos e peles e que, desta forma, geram grandes lucros para aqueles que vivem do sofrimento e da morte dos animais.

Mas as gravações vão mais além ainda, pois revelam a hediondez dos testes laboratoriais realizados com animais, ou seja, a vivissecção, bem como retratam a vergonhosa exploração das pobres criaturas para fins de diversão e outras formas de crueldade.

Logo no início deste texto afirmamos que “Terráqueos” tem comovido pessoas ao redor do mundo e este é um fato incontestável, que todos poderão comprovar por si mesmos bastando, para tanto, assistir o filme.

Neste sentido, devo dizer que, após ver o filme todo, experimentei um sentimento de grande dor e tristeza em razão das apavorantes cenas que se desenrolaram diante de meus olhos estarrecidos. Naquele momento, ao desligar o televisor, eu me sentia completamente infeliz, indignado e impotente ante a brutalidade do ser humano para com os animais. Agora, todavia, estou esperançoso de que o apelo trazido por esse filme documentário possa sensibilizar um número cada vez maior de pessoas, levando-as a tomar a firme decisão de participar da luta pela libertação dos animais e da preservação da natureza como um todo.

Finalizando, querido (a) leitor (a), gostaria de dirigir-lhe o seguinte apelo: por favor, assista o filme e divulgue-o entre seus familiares e amigos. Vamos nos unir nesta causa tão justa, sábia e compassiva. Obrigado.

                                      (Versão legendada - Português Brasil)


 
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=jhqRTUF_tI0


 (Versão legendada - multi-subtitles) 

  
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Xk8bqOLzAzg



quinta-feira, 30 de junho de 2011

A crueldade do regime cárneo


Sandro Oliveira de Carvalho

A célebre frase de Paul MacCartney "Se os abatedouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos", deixa implícita uma verdade cruel e, ao mesmo tempo, inconveniente para muitos. Cruel, porque conduz à constatação da existência de uma realidade brutal e chocante para os animais; inconveniente, porque, confrontadas com essa terrível realidade, as pessoas que comem carne geralmente procuram, de uma forma ou de outra, esquivar-se da crise de consciência que lhes advém quando tornam-se cônscias do que se passa por detrás das paredes sangrentas dos matadouros de animais. Neste sentido, não há exagero algum em afirmarmos que esses horrendos lugares de matança constituem, literalmente falando, verdadeiros infernos na Terra; antros de suplício e desespero nos quais são lançadas inocentes e indefesas criaturas vivas, sofridas, repletas de sensações, carências, percepções e necessidades comuns a todos os seres vivos. Os animais não querem sofrer, não querem morrer e, no entanto, são maltratados, mortos e esquartejados todos os dias.

E chega a ser tão grande a degradação, o horror e a maldade que se observam nesses lugares, onde o sofrimento e a morte reinam soberanos, que somente uma coisa pode explicar a insensibilidade de tantas pessoas em face das barbáries praticadas nessas apavorantes e detestáveis instalações, onde os animais são brutalmente maltratados e mortos: a cauterização das consciências. 

Desta forma, ao refletir sobre esses fatos cruéis, dantescos, macabros, tenho me perguntado, e a Deus também, como é possível que seres humanos esclarecidos, sensíveis, inteligentes, sabendo da extensão do medo e do sofrimento pelo qual passam os animais em seu triste martírio, ainda assim possam devorar, com prazer e alegria, os restos mortais de seres abatidos em meio a tanta dor e agonia? Como é possível, a tantos seres humanos, depois de compactuar com tamanha monstruosidade e falta de compaixão, cinicamente declarar que são religiosos, que amam a Deus e que buscam obter, junto a Ele, a mesma misericórdia que negaram aos seres indefesos por eles sacrificados no altar de um vício tão cruel, degradante e asqueroso quanto o vício de comer cadáveres? Lamento dizer, ainda que minhas palavras possam ofender o orgulho de alguns, mas não acredito em expressões de religiosidade que não levam em consideração o amor, a bondade e a compaixão pelos animais. Neste sentido, estou plenamente convencido de que a religiosidade que apresenta falha tão grosseira, em sua concepção ou manifestação, não passa de arremedo de espiritualidade, de oco formalismo, de culto vazio, inútil, estéril e destituído de algo que é sumamente fundamental em uma religião, ou seja, o acolhimento, a bondade, a compaixão e misericórdia para com os indefesos e sofredores. E essa convicção que trago dentro de meu coração, queridos leitores, é a mesma de milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo sábios de todos os tempos e lugares. Abraham Lincoln, por exemplo, notabilizou-se por estas palavras:

"Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhoram nem tomam em consideração as condições dos animais."

Lincoln também expressou seu apoio aos direitos humanos e dos animais:

"Eu sou a favor dos direitos animais bem como dos direitos humanos. Essa é a proposta de um ser humano integral."
Jamais poderíamos justificar a maldade contra os animais, mas se há um tempo em que a violência contra as inocentes criaturas de Deus torna-se de maneira especialmente inaceitável esse tempo é justamente hoje, pois, com o atual nível de consciência e progresso da humanidade, chega a ser intolerável o pensamento de que o homem pode destruir, impunemente, a vida dos animais.

É bom dizer, neste sentido, que todos os que maltratam os animais, ou consentem em que outros o façam, estão seriamente doentes: doentes da alma, doentes do caráter e precisando passar por uma reforma espiritual antes que partam para a eternidade levando consigo o peso da culpa e do remorso pela maldade praticada ou consentida contra os seres sencientes.

E por que são os animais enviados todos os dias, em tão grande número, para os matadouros? Simplesmente para aumentar os ganhos daqueles que lucram com o desespero, o sofrimento e a morte dos seres e, ainda, para satisfazer as papilas gustativas daqueles que decaíram tanto a ponto de achar que não podem viver sem carne, da mesma forma que o alcoólico, ou outro dependente químico, supõe que não sobreviverá sem o vício que o escraviza e destrói.

É importante enfatizar, ainda, que o martírio dos animais, que encontra final triste e estarrecedor nas ensanguentadas dependências dos matadouros, começa bem antes, ou seja, começa na criação das pobres criaturas, conforme denunciam, no mundo inteiro, incontáveis informes e publicações. Os fatos denunciados dão conta de que milhões de vacas, bois, galinhas, frangos e porcos, por exemplo, são mantidos vivos em condições tão cruéis e degradantes que chega a causar profunda comoção e indignação nos seres humanos que ainda sentem um pouco de piedade em seus corações.

Confinadas em ambientes ou espaços superlotados, desconfortáveis, imundos e tristes, onde mal conseguem se movimentar, as sofridas criaturas se debatem em agonia, ansiedade e estresse. Vacas são mantidas escravizadas a vida inteira para que produzam leite em quantidades antinaturais, cada vez maiores, o que lhes causa intenso sofrimento devido aos repetitivos e desconfortáveis processos de ordenha e manipulação de seus úberes sensíveis, inflamados e doloridos. Galinhas poedeiras são mantidas amontoadas em gaiolas onde o espaço para cadas uma delas não é maior do que as dimensões de uma folha de papel A4 e, nessas condições terrivelmente brutais, as sofredoras aves permanecem a maior parte do tempo acordadas e comendo compulsivamente de modo a produzirem ovos em quantidade tal que atenda a uma demanda industrial cada vez maior e mais ávida por produção e lucro. Tamanha é a falta de compaixão para com frangos, galinhas e perus, que muitos criadores e matadores já não se referem a essas criaturas como constituindo um rebanho, mas as designam apenas como “estoque”, querendo dar a impressão de que tais animais não são mais do que “coisas”; não são mais do que mercadorias destituídas de valor, a não ser o irrisório, mísero valor que estabelecem em dinheiro e pelo qual vendem, aos comilões de carne, os corpos assassinados e despedaçados das pobres criaturas.

Observe, a propósito, o que disse o Dr. Peter Cheek (PhD):

Na minha opinião, se a maioria dos que comem carne nos centros urbanos visitassem uma granja industrial para ver como as aves são criadas, e pudessem ver como as aves são "ceifadas" e então "processadas" em uma usina de processamento de carnes, essas pessoas não apenas ficariam impressionadas mas talvez algumas delas amaldiçoassem e jurassem não mais comer galinha e talvez as demais carnes.” Contemporary Issues in Animal Agriculture, 1999. (1)

Em relação aos suínos, a realidade não é diferente, principalmente no que diz respeito às infelizes porcas criadas como reprodutoras, pois as pobrezinhas são mantidas aprisionadas em gaiolas ou compartimentos tão pequenos e desconfortáveis que ficam praticamente impedidas de se mover, o que lhes causa grande sofrimento físico e psíquico.

Outros animais que sofrem muito são os ursos mantidos confinados em fazendas chinesas para a extração de sua bílis que, segundo absurdas crendices populares, conteriam propriedades medicinais.

Neste sentido, observe o que publicou o site www.vidavegetariana.com:

“Em Novembro de 1999 e Fevereiro de 2000, investigadores da WSPA visitaram um total de 10 fazendas de ursos em 6 províncias do Sudoeste, Sudeste e Noroeste da China. Nessas fazendas, os ursos vivem em condições deploráveis, em gaiolas que medem O.8m x 1.3m x 2m, espaço total em que o urso mal pode se mover, sentar ou mesmo mudar de lado. Em cada fazenda visitada, os chãos das gaiolas foram construídos com barras de ferro, negando aos animais a possibilidade de ficar em pé, ou deitar no chão firme. Machucados na cabeça, nas patas e nas costas foram encontrados na maioria dos ursos que vivem nessas condições, por se rasparem repetidamente nas barras para tentar se mover. Os "fazendeiros" não permitem que os animais hibernem, através de reforço de comportamento não natural. Na maioria das fazendas a dieta dos ursos é muito pobre. Purê de milho, maçãs, tomates e açúcar misturado com água, são a fonte de alimentação principal desses animais, o que não é suficiente sem suplementos vitamínicos e minerais. Os ursos são alimentados duas vezes por dia, para incentivar produção de bílis. Filhotes de urso que nascem nas fazendas são retirados de suas mães aos 3 meses de idade. Em algumas fazendas, eles são colocados de imediato para treinamento de performances em circos. Essas performances, as quais incluem boxing, andar de bicicleta e se equilibrar em corda bamba, têm sido oferecidas como nova atração para atrair turistas asiáticos, com a finalidade de conseguirem um dinheiro extra. Depois de mais ou menos um ano, essas performances acabam. Ao completarem 3 anos eles vão para uma gaiola de 1.6m x 1.6m x 2.6m, até o crescimento completo, de 3 anos. Durante esse período, 2 ursos podem ficar juntos. Assim que os ursos atingem a idade adulta, a extração de bílis começa. O urso é transferido para uma gaiola muito menor, que não facilita nenhum movimento, para que se possa extrair a bílis mais facilmente, duas vezes ao dia. Na maioria das fazendas visitadas pelos investigadores da WSPA, o procedimento cirúrgico para extração da bílis era feito pelos próprios donos das fazendas, sem treinamento veterinário. Quando ficam doentes, algumas vezes drogas são administradas, mas quando não funcionam, deixam o animal morrer à sua própria sorte. Entre a idade de 5 e 10 anos, os ursos podem parar de produzir bílis. São, então, colocados em outra gaiola onde esperam a morte por doença ou fome, ou são mortos para que vendam suas vesículas ou patas. Patas de ursos são consumidas como um prato fino, no Sudoeste da Ásia e a venda das mesmas representa mais um dinheiro extra para as fazendas. A mortalidade dos filhotes nascidos nas fazendas também é alta, porque as novas mães comem seus filhotes. Quando os ursos estão em seu habitat esse comportamento é raro e isso sugere que a mãe está sob severo stress. (…) O método de extração de bílis difere de fazenda para fazenda, mas em todas elas, os ursos têm uma abertura no abdômen e na vesícula, feita cirurgicamente. Um tubo é então insertado para conduzir a bílis ou uma vara de aço é forçada pra dentro da vesícula, para que a bílis escorra na direção certa. A bílis é secretada pelo fígado através do duto hepático e armazenada na vesícula. No processo de alimentação, a bílis passa pelo duto comum de bílis em direção ao duodeno, que ajuda a fazer a digestão. Entre 10 e 20 mg de bílis são drenadas de cada urso, 2 vezes ao dia, enquanto estão se alimentando, o que impede que a digestão do urso ocorra adequadamente. Durante a "ordenha" os investigadores da WSPA testemunharam sinais de stress severo em cada urso. Gemer e bater a cabeça contra a grade era comum, enquanto outros ursos tentavam morder as próprias patas. Durante entrevista com especialistas chineses em técnicas de fazendas de ursos, foi revelado que para cada duas implantações em aberturas de abdômen bem sucedidas, 2 ou 3 ursos morrem de infecção e outras complicações. O índice de mortalidade atualmente está em 50 e 60 %, mas já houve índices de 70 e 80%. O tempo de vida de um urso que sobrevive a essas cirurgias intrusivas também é encurtado dramaticamente. No entanto, fica difícil estabelecer exatamente quanto tempo a maioria dos ursos vive, os relatos evidenciam que a média de vida desses animais é de 5 a 10 anos.” (2) 

Tais relatos, embora descrevendo intensa dor e crueldade, não revelam senão muito superficialmente a verdadeira extensão das horrendas condições a que estão expostos bilhões de animais em todo o planeta, pois não falamos, até agora, dos animais que são torturados e mortos para abastecer o aviltante comércio de peles que, transformadas em casacos ou outras peças de roupas ou acessórios, trarão um certo tipo de gozo e satisfação para madames e cavalheiros insensíveis diante do inaudito sofrimento e desespero que sua vaidade causa a milhões de animais. Também não discorremos, na presente oportunidade, a respeito da hedionda prática da vivissecção e que continua existindo, apesar do absurdo que representa essa contínua e sistematizada forma de tortura contra criaturinhas indefesas e inocentes. Dizem-nos que tais práticas odiosas são necessárias para o avanço da ciência. Não é verdade! Esses métodos medievais não são realmente seguros e eficazes. Além disso, toda pessoa bem informada, seja cientista ou não, sabe perfeitamente que existem métodos substitutivos para as pesquisas, de modo que nada justifica a violência, a tortura e a barbárie nos laboratórios. Desta forma, enquanto pessoas fúteis e insensíveis nada sentem pelos animais e até riem de sua desgraça, aqueles que são dotados de nobreza de espírito e amor pelas criaturas de Deus geralmente ficam tristes e abatidos quando pensam no sofrimento que o homem inflige ao reino animal. Mesmo agindo no sentido de  uma renovação de ideias, princípios e práticas, os que se empenham na luta pelos direitos dos animais sentem-se, muitas vezes, impotentes e cheios de dor quando, principalmente nas noites frias de inverno, em que estão protegidos em seu lares e aquecidos em suas camas, pensam nos pobres animais que estão, naquele exato momento, com frio, fome, sede e medo, muito medo, enquanto aguardam para serem feridos, mortos e esquartejados nos matadouros.

Aliás, um fato deveras importante para trazer a lume é que, nesses horríveis matadouros, onde a brutalidade e o pavor estendem suas asas lúgubres e terrificantes, os animais percebem tudo o que se passa e pressentem o que lhes sucederá e isso os enche de pavor e profunda agonia. Eles sentem a presença, nesses ambientes nefastos, de pesadas e trevosas energias negativas expelidas por seres de natureza extrafísica e de aparência disforme e monstruosa, que ali comparecem para assistir as cenas degradantes, rir, debochar e de alguma forma se locupletar, num frenesi de sadismo e loucura, dos sofrimentos e terror pelos quais passam as pobres criaturas vituperadas e sacrificadas no vil altar da deusa crueldade e seu consorte glutão. Todavia, seres angelicais, de natureza espiritual superior, também comparecem a esses infamantes locais para tomar nota e produzir relatórios de tudo quanto ali se passa, pois a crueldade do ser humano para com os animais, ninguém jamais se engane quanto a isto, não passa um momento sequer despercebida aos olhos de Deus que, a seu tempo, trará a juízo os culpados por ação e omissão. Observe, a propósito, a singular afirmação da escritora cristã Ellen White, falecida em 1915, em seu comentário sobre o episódio bíblico envolvendo a jumenta que, segundo o texto religioso, teria falado ao ser espancada. A narrativa se encontra no livro de Números, capítulo 22 (Antigo Testamento):

"Aquele que maltrata os animais porque os tem em seu poder, é tão covarde quanto tirano. A disposição para causar dor, quer seja ao nosso semelhante quer aos seres irracionais, é satânica. Muitos não compreendem que sua crueldade haja de ser conhecida, porque os pobres animais mudos não a podem revelar. Mas, se os olhos desses homens pudessem abrir-se como os de Balaão, veriam um anjo de Deus, em pé, como testemunha, para atestar contra eles no tribunal celestial. Um relatório sobe ao Céu, e aproxima-se o dia em que se pronunciará juízo contra os que maltratam as criaturas de Deus." Patriarcas e Profetas, página 324 (3)

Escrevendo a respeito do vegetarianismo e da matança de animais, o notável escritor e orador Charles Webster Leadbeater, falecido em 1934 e que foi, além de sacerdote da Igreja Anglicana, Bispo da Igreja Católica Liberal, maçom, teósofo e ilustre personalidade de seu tempo, declarou enfaticamente as seguintes palavras:

“O homem que se alinha ao lado da evolução compreende a iniquidade de destruir a vida, pois sabe que, exatamente como está aqui em seu corpo físico a fim de que possa aprender as lições deste plano, da mesma forma o animal está ocupando seu corpo para que através dele possa obter experiência neste estágio inferior. Ele sabe que a vida por trás do animal é a Vida Divina, que toda a vida no mundo é Divina; os animais, portanto, são verdadeiramente nossos irmãos, mesmo que possam ser irmãos mais jovens, e não temos direito algum de ceifar suas vidas para a gratificação de nosso gosto pervertido – não é direito causar-lhes indizível agonia e sofrimento meramente para satisfazer nossa degradada e detestável luxúria. Levamos as coisas a tal ponto com nossos mal denominados “esportes” e abate em massa, que todas as criaturas selvagens fogem de nossa vista. Isto se parece com a fraternidade universal das criaturas de Deus? É esta nossa ideia da 'era de ouro' que está por vir, onde a bondade estará espalhada por todo o mundo – uma condição em que cada ser vivo foge da face do homem devido a seus instintos assassinos. Há uma influência pairando sobre nós em virtude disso tudo – um efeito que dificilmente podemos compreender a menos que sejamos capazes de ver como se parece quando considerado com o olhar do plano superior. Cada uma destas criaturas, que tão impiedosamente é assassinada dessa maneira, possui seus próprios sentimentos e pensamentos com relação a tudo isso; elas sentem horror, dor e indignação e um intenso, mas inexpresso sentimento de hedionda injustiça.” Vegetarianismo e Ocultismo, páginas 64 e 65. (4)

Em face da inevitável e vergonhosa constatação da maldade praticada contra os animais, principalmente aquela que ocorre nos matadouros, muitos comedores de carne tentam, inutilmente, isentar-se de sua responsabilidade alegando, por exemplo, que não matam os animais, mas apenas comem os corpos abatidos por outras pessoas.

Ora, sem prejuízo do fato de que só existe crueldade e matança de animais porque há quem coma carne, pois se todos fossem vegetarianos não haveriam matadouros, o que essas pessoas precisam compreender e aceitar, em definitivo, é que, ao comer carne, elas se tornam, quer queiram, quer não, co-participantes da crueldade. 

Disse Ralph Waldo Emerson:

Você acabou de jantar, mas por mais que o matadouro esteja escrupulosamente longe dos olhos, a quilômetros de distância, ainda haverá cumplicidade.” Fate, The Conduct of Life, 1860 (5)

Atente, ainda, para as seguintes considerações de C. W. Leadbeater:

“Até aqui mencionamos o que chamamos de considerações físicas e egoístas que poderiam fazer um homem abandonar o hábito de comer carne e voltar-se, mesmo que apenas para seu próprio bem, para uma dieta mais pura. Pensemos agora por alguns momentos sobre as considerações morais e inegoístas relacionadas com seu dever para com os demais. O primeiro destes – e isto parece-me a coisa mais terrível – é o horrível pecado de desnecessariamente matar esses animais. Aqueles que vivem em Chicago sabem bem como este chocante e incessante massacre prossegue em seu meio, como eles alimentam a maior parte do mundo com a matança por atacado e como o dinheiro feito neste abominável negócio é manchado de sangue, cada moeda dele. Tenho mostrado claramente, com testemunhos irrepreensíveis, que tudo isso é desnecessário, e, se é desnecessário, isso é um crime. A destruição da vida sempre é um crime. Podem haver certos casos nos quais é o menor dos males, mas aqui é desnecessário e sem justificativa, pois ocorre apenas devido à ganância egoísta e inescrupulosa dos que cunham dinheiro em cima da agonia do reino animal, a fim de suprir os gostos pervertidos daqueles que são suficientemente depravados para desejar tal repugnante aflição. Lembrem-se de que não são apenas aqueles que fazem o trabalho obsceno, mas aqueles que, ao alimentarem-se de carne os encorajam a cometer seu crime remunerado, que são culpados perante Deus desta coisa terrível. Cada pessoa que compartilha deste alimento impuro tem sua parte nesta indescritível culpa e sofrimento através dos quais ele é obtido. É uma lei universalmente reconhecida que qui facit per alium facit per se – seja o que for que o homem faz através de outro, o faz ele próprio. Muitas vezes haverá alguém que dirá: “Mas não faria diferença em todo esse horror se apenas eu deixasse de comer carne.” Isto é inverídico e falso; em primeiro lugar, porque isto faria uma diferença, pois ainda que se consuma apenas meio quilo a cada dia, com o tempo chegaria ao peso de um animal; em segundo, porque não é uma questão de quantidade, mas de cumplicidade com um crime, e se você compartilha dos resultados de um crime, está ajudando a torná-lo rentável e, assim, toma parte na culpa. Homem honesto algum pode deixar de ver que é assim. Mas, quando os desejos mais baixos dos homens estão envolvidos, eles são usualmente desonestos em sua visão e declinam de encarar fatos evidentes. Certamente não pode haver diferença de opinião em relação à proposição de que toda esta horrível matança desnecessária é, de fato, um crime terrível.” Vegetarianismo e Ocultismo, páginas 51 e 52. (6)

Leadbeater enfatiza, ainda, outro aspecto que trata da responsabilidade dos que comem carne em relação ao processo de inevitável degradação, principalmente espiritual, daqueles que participam diretamente da morte, desossa, corte, etc., do animal maltratado e assassinado:

“Ainda outro ponto a ser considerado é a perversidade de causar a degradação e o pecado em outros homens. Se você próprio tivesse que usar a faca ou o machado para matar o animal antes de comer sua carne, compreenderia a natureza repugnante da tarefa e logo se recusaria a fazê-la. As delicadas senhoras que devoram bifes sanguinolentos gostariam de ver seus filhos trabalhando como magarefes? Se não gostariam, então não têm o direito de dar esta tarefa ao filho de alguma outra mulher. Não temos o direito de impor a um concidadão um trabalho que nós próprios declinaríamos de fazer. Pode-se dizer que não forçamos ninguém a incumbir- se deste abominável meio de vida; mas esta é uma mera tergiversação, pois, ao ingerir este horrível alimento, estamos produzindo uma demanda para cuja satisfação alguém deverá brutalizar-se, alguém irá se degradar abaixo do nível da humanidade. (…) Deve-se certamente reconhecer que esse é um trabalho indizivelmente horrível e que se você toma alguma parte nesse terrível negócio – mesmo que de auxílio para sustentá-lo – está colocando outro homem na posição de fazer (de modo algum por uma necessidade sua, mas meramente para a gratificação de sua luxúria e paixão) um trabalho que, sob nenhuma circunstância, consentiria a você mesmo.” Vegetarianismo e Ocultismo, páginas 53 e 54. (7)

Neste sentido também se manifestou a teósofa, escritora e ativista Annie Besant, falecida no ano de 1933: 

"Cada pessoa que come carne endossa, pessoalmente, uma parte de responsabilidade pela degradação dos seus semelhantes. Se é verdade que o mundo é regido por uma Lei, se é verdade que a Lei predomina não somente no mundo físico, mas também nos mundos astral, mental e espiritual, então, cada criatura participante num crime deve igualmente participar na penalidade decorrente desse crime, e, assim, a sua própria natureza revestir-se-á de um caráter de brutalidade intrínseca a esse ato e da participação nos resultados que daí provém. Um outro ponto sobre o qual o homem incorre em uma outra responsabilidade, fora daquela relativa à classe dos matadores de gado e açougueiros, é o sofrimento derivante do uso de alimentos em cuja composição entra a carne, e que é inevitável pelo próprio fato de sustentarem, assim, da carne de animais dotados de sensibilidade. Não são apenas os terrores do matadouro, mas, ainda, os horrores preliminares do transporte em trens e em navios, a  privação de alimento, a sede, as longas experiências de terror que estes desafortunados seres têm de sofrer para a satisfação do apetite do homem. Se disso quereis fazer uma ideia, assisti ao desembarque de um navio e vereis o medo, o sofrimento revelarem-se na expressão destas pobres criaturas que, afinal, são nossos irmãos, embora menos evoluídos. Sustento que não tendes o  direito de infligir estes sofrimentos, os quais são uma dívida contra a humanidade, que diminui e retarda em massa o progresso humano; porque vós não podeis separar-vos assim do mundo, não podeis isolar-vos e prosseguir a vossa evolução, espezinhando os outros seres. Aqueles que pisais retardam o vosso próprio adiantamento. O mal que causais é, por assim dizer, a lama que se aguarra aos vossos pés quando vos quiserdes elevar, porque devemos elevar-nos juntos ou cairmos juntos, e o mal que fazemos a seres sensíveis retarda a nossa evolução humana e torna mais lentos os progressos da humanidade para o ideal que ela procura realizar." Vegetarianismo e Ocultismo, páginas 100 e 101 (8)

Leadbeater escreveu, ainda, a respeito da experiência de um garoto que trabalhou em um matadouro e de como isso traumatizou o rapazinho:

“Li a respeito de como um menino, para o qual um pastor havia conseguido um lugar em um abatedouro, voltava para casa, dia após dia, pálido, doente e incapaz de comer ou dormir; finalmente foi até o ministro do evangelho do compassivo Cristo e lhe disse que estava pronto para passar fome, se necessário, mas que não podia atolar-se no sangue nem mais um dia. Os horrores do abate o afetaram de tal forma que não podia mais dormir.” Vegetarianismo e Ocultismo, páginas 68 e 69. (9)

A terrível angústia que afetou o menino é semelhante àquela que afeta, dramática e intensamente, milhões de pessoas no mundo inteiro, pois a humanidade vive presa em cadeias de ódio, violência, guerras e outras formas de dor, sofrimento e opressão e tudo isso não terminará enquanto o homem não cessar sua maldade em relação aos animais.

Disse Pitágoras:

“Enquanto o homem continuar a ser o destruidor impiedoso dos seres animados dos planos inferiores, não conhecerá a saúde, nem a paz. Enquanto homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor.”

Diante da gravidade dos fatos relacionados à exploração, crueldade e matança de animais, urge que tomemos, de forma individual e coletiva, medidas urgentes tendo em vista o fim de todo esse lamentável estado de coisas. Mas isso não será possível enquanto as pessoas não alcançarem, mediante sinceros esforços e com a ajuda de Deus, a superação de seu egoísmo e fraqueza ante os desejos que combatem contra a alma e as mais elevadas aspirações do ser.

Leiamos, a propósito, a seguinte declaração de Leadbeater:

“Somente a partir da elevação dos indivíduos em relação aos demais, tornando- nos mais civilizados, poderemos, finalmente, alcançar um mais elevado estágio civilizatório da raça como um todo. Há uma “era de ouro” por vir não apenas para o homem mas também para os reinos inferiores, um tempo em que a humanidade compreenderá seu dever para com os seus irmãos mais jovens – não para destruí-los, mas para auxiliá-los e treiná-los de tal forma que possamos receber deles, não terror e ódio, mas amor, devoção, amizade e razoável cooperação. Um tempo virá em que todas as forças da Natureza estarão trabalhando juntas inteligentemente em direção à meta final, sem constante suspeita e hostilidade, mas com reconhecimento universal da Fraternidade que é nossa porque somos todos filhos do mesmo Pai Todo Poderoso. Façamos pelo menos uma experiência: libertemo-nos da cumplicidade nestes crimes terríveis, procuremos, cada um em seu pequeno círculo, antecipar este tempo brilhante de paz e amor que é o sonho e o desejo sincero de todo homem honesto e que pensa. Pelo menos deveríamos estar dispostos a fazer algo tão pequeno para auxiliar o mundo a progredir em direção a este glorioso futuro; devemos nos tornar puros, nossos pensamentos e nossas ações, bem como nossa alimentação, de tal forma que, tanto através do exemplo quanto do preceito, possamos estar fazendo tudo que depende de nós para propagar o evangelho do amor e da compaixão para pormos um fim ao reino da brutalidade e do terror, para antecipar a aurora do grande reino de retidão e amor, quando a vontade de nosso Pai será feita assim na Terra como é no Céu.” Vegetarianismo e Ocultismo, páginas 72 e 73. (10)

Concluiremos nosso texto com a oração de São Basílio (329/379), vegetariano e antigo padre da Igreja Grega, rogando a Deus, nosso Pai Celestial, que fortaleça os ideais, propósitos e lutas dos que já são vegetarianos e conduza ao arrependimento e conversão os que ainda não deixaram o regime cárneo fazendo despertar, em cada um deles, a compreensão, como bem ponderou o Reverendo Andrew Linzey, de que os “Animais são criaturas de Deus, não são propriedade humana, nem utensílios, nem recursos, nem tampouco mercadorias. São seres preciosos aos olhos de Deus.” Oxford University, "Animal Theology", 1995 (11)

“Oh! Senhor!
Aumenta em nosso interior o sentido da amizade com todos os seres que têm vida, nossos pequenos irmãos a quem Tu destes a Terra como seu lugar, junto conosco. Recordamo-nos envergonhados que no passado exercemos o domínio superior do homem, com desapiedada crueldade e assim a voz da Terra, que deveria ter subido até Ti em canções, tem sido um lamento. Oxalá nos demos conta que eles vivem não somente para nós, senão para eles e para Ti, e que eles amam a doçura da vida, da mesma forma como a amamos e te servem a Ti melhor, em seu meio, do que nós no nosso.” Animais, nossos irmãos, páginas 169 e 170 (12)




Referências bibliográficas:

(1) Em: www.vegetarianismo.com.br > Pelos Animais > Se os matadouros tivessem paredes de vidro... Acesso em 30 de junho de 2011.

(2) Em: http://vidavegetariana.com/especiais/urso.htm Acesso em 30 de junho de 2011.

(3) WHITE, Ellen G. Patriarcas e Profetas. Casa Publicadora Brasileira - Tatuí - SP, 2007.

(4) C. W. Leadbeater / Annie Besant. Editora Teosófica, Sociedade Civil - Brasília-DF, 1992.

(5) Em: www.vegetarianismo.com.br > Pelos Animais > Se os matadouros tivessem paredes de vidro... Acesso em 30 de junho de 2011.

(6) C. W. Leadbeater / Annie Besant. Editora Teosófica, Sociedade Civil - Brasília-DF, 1992.

(7) C. W. Leadbeater / Annie Besant. Editora Teosófica, Sociedade Civil - Brasília-DF, 1992.

(8) C. W. Leadbeater / Annie Besant. Editora Teosófica, Sociedade Civil - Brasília-DF, 1992.

(9) C. W. Leadbeater / Annie Besant. Editora Teosófica, Sociedade Civil - Brasília-DF, 1992.

(10) C. W. Leadbeater / Annie Besant. Editora Teosófica, Sociedade Civil - Brasília-DF, 1992.

(11) Em: www.vegetarianismo.com.br > Pelos Animais > Se os matadouros tivessem paredes de vidro... Acesso em 30 de junho de 2011.

(12) KUHL, Eurípedes. Petit Editora e Distribuidora Ltda. - São Paulo - SP, 2002.