Tempo virá em que os seres humanos se contentarão com uma alimentação vegetariana e julgarão a matança de um animal inocente como hoje se julga o assassínio de um homem.” Leonardo da Vinci

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Atrocidades da indústria de peles



Sandro Oliveira de Carvalho

A exploração dos animais pelo ser humano tem atingido níveis tão alarmantes, cruéis e assustadores, gerando uma onda gigantesca de intensa dor, sofrimento e morte, que nos perguntamos até quando esse pesadelo continuará e que terríveis consequências trará à humanidade, uma vez que a lei de ação e reação não pode simplesmente ser anulada ou manipulada ao critério das conveniências humanas, principalmente em se tratando de questões envolvendo atos de violência e dor.

Somente para atender a vertiginosa, infame e insaciável demanda por carne, cobaias e peles, milhões de animais são confinados, maltratados e mortos todos os dias, no mundo inteiro.

A indústria de peles, por exemplo, a fim de satisfazer desejos fúteis, egocêntricos e narcisistas de consumidores insensíveis, sem compaixão, e também para enriquecer seus proprietários e sócios ávidos por lucro, tem sido responsável por atrocidades tão aviltantes e cruéis, praticadas contra criaturas inocentes e indefesas, que só de ouvir falar em tais monstruosidades milhares de pessoas chegam às lágrimas.

E é justamente sobre este assunto, ou seja, sobre o uso de peles para a confecção de casacos e outros vestuários, que falaremos a seguir, pois já está amplamente demonstrado que a indústria de peles tem sido causa de uma das mais horríveis, abjetas e sistemáticas formas de exploração, tortura e matança de animais.

Para que se tenha uma noção do impacto devastador que a indústria de peles tem causado à vida de milhões de animaizinhos inocentes, dentre os quais arminhos, raposas, chinchilas, gatos, martas, texugos, focas, lobos, esquilos, visons, coelhos, cães etc., mencionaremos, a seguir, algumas das criminosas situações a que estão expostos os pobrezinhos.

Armadilhas e grilhões

Em muitos lugares, os animais visados pela indústria de peles são capturados através de armadilhas ardilosamente preparadas por cruéis caçadores que só voltarão ao mesmo local diversos dias ou semanas após. Enquanto isso, os animais, presos às torturantes armadilhas, ficarão expostos às intempéries do tempo e sofrendo, dentre inúmeras outras formas de tortura, intensa dor, sede e  fome. Em consequência de tais circunstâncias, muitos desses animais chegam ao ponto de roer as próprias patinhas no afã desesperador de livrar-se do sofrimento e alcançar a tão sonhada liberdade. Porém, ao tentar a liberdade de forma tão extrema e dolorosa, muitos morrem sangrando ou vitimados por horríveis e profundas inflamações e infecções. Com grande alívio e esperança, muitas das inocentes criaturinhas, que sobrevivem aos grilhões, saúdam a chegada dos caçadores mal sabendo, todavia, o que lhes aguarda, pois, para elas, o inferno está apenas começando com a chegada de tais homens, em cujos corações não há compaixão.

Prisão, confinamento e tortura

Antes de serem mortos, muitos dos animais capturados vão juntar-se àqueles criados em fazendas de extração de peles, onde serão mantidos confinados, muitas vezes por longos períodos ou até mesmo por toda a vida, em pequenas e desconfortáveis gaiolas e onde desenvolverão inúmeros problemas físicos e psíquicos, além de canibalismo e outras manifestações de sofrimento e total desequilíbrio, tais como agitar-se continuamente de um lado para o outro, bater a cabeça nas grades ou mordê-las num frenesi de angústia, stress e profunda ansiedade pelo desejo de verem-se livres novamente. Sem tratamento veterinário, muitos desses animais ficam seriamente feridos, doentes e aguardando apenas a morte chegar para colocar um fim às suas vidas miseráveis.

Esfolamento e morte

Se as reais condições de vida dos animais capturados, aprisionados e maltratados para atender as demandas da indústria de peles e carne, que só existe porque há consumidores dispostos a pagar por tais produtos, já é de uma crueldade e insensibilidade absurdas, não deveríamos nos surpreender se o destino final dado a esses pobres seres, ou seja, a morte, seguisse pelo mesmo caminho de crueldade e sofrimento atroz. Ora, se alguém imaginava que os assassinos dos animais estão preocupados em matá-los de forma menos cruel, menos dolorosa, enganou-se completamente, pois não há piedade ou misericórdia alguma da parte dessas pessoas que escolheram sustentar suas vidas ou seus lucros, conforme o caso, de maneira tão covarde e vil. Alegam tais carrascos que é necessário preservar a pele de suas vítimas de modo a evitar que se produzam certas avarias, pois, se isso ocorresse, os insensíveis consumidores ficariam muito desapontados e insatisfeitos por não terem seus vergonhosos desejos atendidos à altura de suas cruéis exigências. Assim, para que suas peles permaneçam intactas, os pobres animais são torturados e mortos de formas diabolicamente cruéis, tais como: envenenamento, asfixia, afogamento, pauladas na cabeça, línguas cortadas para que a morte ocorra por sangramento, eletrocussão anal (choque elétrico através do ânus e reto do animal), e, talvez, a mais revoltante, cruel e demoníaca de todas, ou seja, o esfolamento (retira-se a pele do animal estando o mesmo ainda vivo, o que produz dores excruciantes, absurdamente fortes, terríveis).

As imagens das atrocidades

Ao final do texto o leitor poderá visualizar, se estiver preparado para tal, pois advirto que as imagens são extremamente fortes, cenas reais que aparecem no premiado filme documentário "Earthlings" (Terráqueos) e que revelam a verdade a respeito do sofrimento a que estão expostos milhões de animais presos, torturados e assassinados pela indústria de peles. Pesquisando o tema na Web, encontrei um vídeo em que aparece um recorte do referido filme documentário. Contendo pouco mais de três minutos, o recorte revela cenas e fatos estarrecedores a respeito das atrocidades da indústria de peles. Compartilhei esse vídeo e também um outro contendo "Earthlings" na íntegra (aproximadamente 1 hora e 35 minutos), e com legendas em português. Devo dizer, porém, que só tomei a decisão de compartilhar esses vídeos após muita reflexão, pois estava em dúvida se deveria fazê-lo, ajudando a revelar a verdade, ou se deveria poupar as pessoas de terem acesso, pelo menos através de meu blog, às cenas tão cruéis que aparecem nos vídeos. Só me decidi a fazê-lo, querido leitor, porque acudiu-me à consciência um pensamento luminoso e fui, pelo espírito, confrontado com a seguinte e importante questão: a quem interessaria ocultar a verdade sobre o sofrimento animal? Aos próprios animais ou aos seres trevosos que, direta ou indiretamente, tomam parte no aprisionamento, tortura e matança das criaturas de Deus? Ora, não foi em razão da exposição das horríveis imagens do Holocausto, que vitimou milhões de seres humanos, adultos e crianças, durante a segunda guerra mundial, assim como dos incontáveis testemunhos pessoais e outras provas irrefutáveis, que a humanidade se convenceu da realidade do maior crime já registrado nos anais da história? Em outras palavras, o que teria acontecido em Nuremberg e em todo o planeta, naqueles dias e nos que seguiram-se ao grande julgamento, se as mais impactantes provas do Holocausto, ou seja, as fotografias e filmagens das atrocidades, houvessem sido, em nome de um falso pudor, mantidas ocultas dos magistrados e jurados, da imprensa e da própria humanidade? Se tal hipotético acobertamento houvesse ocorrido será que a existência do monstruoso massacre teria sido reconhecida? Teria havido justiça? Teria brotado, em nossas mentes e corações, a firme e inabalável convicção de que foram brutalmente assassinados mais de quatro milhões de seres humanos e que isso não pode, de forma alguma, voltar a acontecer?

O mesmo princípio aplica-se em relação ao holocausto animal, pois será também pela corajosa divulgação de fotografias, filmes e documentários, expondo os sofrimentos das inocentes criaturas de Deus, que a luta pela libertação dos animais ganhará força crescente e veremos aumentar, dia após dia, o número daqueles que se unirão à companhia dos que lutam pelo fim do aprisionamento, exploração, tortura e matança de animais, até que sobrevenha a vitória final.
 
Quanto às criaturas humanas que, escravizadas pelo culto prestado ao horroroso e cruel panteão formado pelos deuses orgulho, egoísmo, indiferença, ego inflado, futilidade, frivolidade e ignorância, sentem mórbida necessidade de trazer, sobre seus míseros corpos carnais que o tempo brevemente se encarregará de entregar aos vermes da terra e reduzi-los a nada mais do que simples poeira custosos casacos e outras peças que causaram imensa dor, sofrimento e a morte de tantos seres sensíveis, sim, que elas possam refletir e compreender, enquanto há tempo, que as roupas mais lindas que podemos trazer sobre nossos corpos, tão frágeis e mutáveis, são as vestes da simplicidade, da ternura, do amor e da compaixão e sem as quais ninguém verá a face de Deus.

Recorte do filme documentário "Earthlings" (Terráqueos)

 
sandrokarlmarx. http://www.youtube.com/watch?v=jfsZG18F71I, acesso em 30/09/2011

Íntegra do Filme documentário "Earthlings" (Terráqueos)

Venus2012. http://www.youtube.com/watch?v=vPtrekRyTMA&feature=share, acesso em 30/09/2011

2 comentários:

  1. Um dos grandes paradigmas que a humanidade terá que substituir mais cedo ou mais tarde (demais): a produção de "produtos" de origem animal. A maldade e extrema perversidade que não vemos nas vitrines deve ser amplamente divulgadas. não somos manequins da tortura. Devemos ter consciência e sensibilidade para ver que o que acontece a eles, fatalmente se voltará para nós. Mais cedo, ou mais tarde. Obrigada por compartilhar sua mensagem. Zuzu Ferreira.

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  2. Sandro Oliveira de Carvalho, estou compilando texto relevantes, sobretudo de Srila Prabhupada sobre vegetarianismo consciente, que vai muito além do mero deixar ou mesmo não utilizar-se de carne animal como alimento, sabemos que trata-se de algo muito sério, e de consequências globais se não começarmos imediatamente a mudarmos seriamente tais atitudes frente aos nossos irmãozinhos das demais espécies que compõem nosso planeta em que patinamos, patinamos em absurdas atitudes degradantes, mas creio que com paciência, carinho e respeito a todos; a nós, aprendendo a nos aprimorando-nos em conhecimento e bons e não ofencivos argumentos para que se toque nos corações e não em rebelações de falso-ego, mascaras estas que só desviam e até mesmo invertem o que se almeja, que é sem duvida alguma a defesa de seres que estão em condições diabólicas de vida e à mercê individuos ou mesmo instituições igualmente "diabólicos, e dia a dia, gradualmente, passo a passo, alcançarmos mesmo que somente mais "um" à uma maior humanidade no suposto humano habitando, conscientemente, fora, mesmo que só um pouquinho, mas, de pouquinho que seja podermos aliviar o suplicio de nossos preciosos amigos ditos animais, tal qual nós mesmos, e com a realidade da reencarnação, alcançarmos a verdadeira "Humanidade", e juntos sairmos desta escuridão. e... sobretudo meu caríssimo amigo grato por esta iniciativa. Grato.

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