Sandro
Oliveira de Carvalho
O Natal, por celebrar o nascimento de Jesus, o compassivo e amoroso Filho de Deus, deveria ser realizado, pelos cristãos do mundo todo, em plena harmonia e coerência com os ensinos e exemplos daquele que viveu e pregou o amor, a bondade, a paz; daquele que demonstrou o real significado do Natal e, principalmente, o verdadeiro sentido da espiritualidade, que se manifesta em fé, amor, caridade, compaixão.
O Natal deveria nos conduzir ao
recolhimento, a reflexão e oração; deveria ser um tempo de amor e
solidariedade e que não terminasse nesse dia, mas que pudesse se
eternizar em cada momento, em cada espírito, em cada coração - uma data
que fizesse brotar em cada um de nós aquele sentimento de genuíno
amor e solidariedade universal que contemplasse a todos os seres,
sejam humanos ou animais, pois o compassivo Cristo nasceu por toda a
vasta e maravilhosa criação e não apenas por nós, seres humanos,
muitas vezes tão egoístas e cruéis em relação aos seres mais
frágeis, inocentes e indefesos.
Sim, a celebração do Natal seria
realmente maravilhosa e altamente edificante se fosse realizada em consonância com aquele iluminado, enobrecedor espírito de
amor, compaixão e solidariedade universal, mas, infelizmente, os
fatos seguem revelando uma realidade muito diferente e também muito
triste haja vista que, ano após ano, o Natal continua sendo
realizado de maneira muito diferente de tudo aquilo que Jesus ensinou.
Observe todo esse consumismo em um mundo onde há tanta carência;
toda essa bebedeira e glutonaria, em um mundo onde há tantos que
perecem de sede e fome; toda essa matança de animais e comilança de
carne, em um mundo tão carente de vivenciar o amor, a compaixão e o
respeito pelas criaturas de Deus e a natureza como um todo. Sim, observe tudo isso e perceba
como é simplesmente impossível que toda essa
infeliz e perversa disposição de coisas possa homenagear a
Cristo, promover seus ensinos e exemplos de vida e contribuir para um
mundo mais amoroso, pacífico, feliz! O Natal deveria ser, de fato,
a celebração da vida, mas, é doloroso dizê-lo, em relação aos animais o Natal se tornou um horrível e cruel sinônimo de abuso,
sofrimento e morte. Observe, ainda, neste sentido, quanta dor, quanto sangue derramado, quantas vidas destruídas; quantos seres barbaramente maltratados, mortos, devorados e – terrível e pavorosa iniquidade! - tudo isso feito em
nome de um ser tão puro, santo, elevado e amoroso, um ser que viveu e pregou o amor, a misericórdia e a compaixão em toda a sua plenitude e por todas as criaturas.
Mas, apesar da realidade que destoa
tão profunda e lamentavelmente do verdadeiro espírito natalino,
cristão, ainda é tempo de promover uma mudança, uma reforma, uma
autêntica conversão. Ainda é tempo de vivermos o Natal em sua
verdadeira natureza e essência: o amor, a solidariedade, a
compaixão. Ainda é tempo de fazermos deste Natal o marco inicial de um novo e
auspicioso tempo: um tempo de renovação de sentimentos e afetos, um tempo em que toda vida será valorizada e respeitada, amada e protegida,
seja a vida de humanos, seja a vida de animais, pois, para Deus, toda vida é importante, toda vida é sagrada.
Concluindo, querido (a) leitor (a),
compartilho com você um vídeo muito lindo, sensível, comovente até, um vídeo que exibe imagens de animais sendo tratados com amor e carinho por
pessoas compassivas e amorosas, pessoas que compreenderam o imenso
valor e significado de uma vida. Durante a exibição ouve-se a voz de um jovem ativista pelos direitos animais cantando
uma música muito linda e que fala dos sentimentos dos animais ao
serem resgatados e acariciados por mãos compassivas, mãos que trouxeram alívio e paz; mãos que, como diz a
inspirada canção, foram um verdadeiro céu na vida desses seres tão inocentes e indefesos, desses seres que também são nossos irmãos.
Deigualaigualmusic. http://www.youtube.com/watch?v=jNYa3_AX2rY, acesso em 19/12/2012