Tempo virá em que os seres humanos se contentarão com uma alimentação vegetariana e julgarão a matança de um animal inocente como hoje se julga o assassínio de um homem.” Leonardo da Vinci

terça-feira, 2 de julho de 2013

A nobreza da compaixão

Sandro Oliveira de Carvalho
Um dos mais belos e inspiradores textos sobre vegetarianismo, amor pelos animais e iluminação espiritual, encontra-se no oitavo capítulo do Lankavatara Sutra, cujo texto transcrevo a seguir com a certeza, como diz o Sutra, de que todos aqueles que verdadeiramente amam os animais serão encontrados tratando-os com amor e compaixão, considerando-os como verdadeiros filhos e manifestando grande júbilo por sua existência. Aqui esta, portanto, o maravilhoso texto, seguido de vídeo contendo o mantra do Bodhisattva da grande compaixão "Om Mani Padme Hum", em belíssima interpretação: "Naquela época, Mahamati, o Bodhisattva-Mahasattva pediu ao abençoado por mais explicação: fale-me Abençoado, Tathagata, Iluminado, sobre o mérito e vício relativo à questão de comer carne, para que deste modo eu e outros bodhisattvas do presente e do futuro possamos ensinar o Dharma a fim de fazer com que os seres abandonem seu ávido apego por carne, seres que sob a influência da energia do hábito relativo às existências carnívoras anseiam intensamente por comidas de carne. Esses comedores de carne, ao abandonarem esse desejo, irão buscar o Dharma e considerar todos os seres com amor, como se fossem seus filhos, e terão grande júbilo e compaixão pelos seres. Desenvolvendo compaixão eles irão colocar a si mesmos, com disciplina, nos estágios para a senda dos bodhisattvas e se tornarão despertos em grande iluminação." (*)
 
http://www.youtube.com/watch?v=h5QSsbKsOUo&feature=share, acesso em 02/07/2013

(*) http://www.vegetarianismo.com.br/sitio/index.php?option=com_content&task=view&id=703&Itemid=40 (acesse e leia, na íntegra, o oitavo capítulo do Lankavatara Sutra)
 

 
 

segunda-feira, 18 de março de 2013

O direito à vida e à liberdade


Sandro Oliveira de Carvalho

Inocente, puro, indefeso, animalzinho olha para além das grades que o mantém aprisionado, longe da natureza e totalmente privado da liberdade e da vida a que ele tem direito em conformidade com as leis maiores da criação. Seu olhar, tão meigo e inocente, nos lembra em muito o olhar de uma criança humana, uma criancinha carente de amor, afeto, carinho e cuidados, fazendo-nos recordar, ainda, aquela belíssima e inspirada frase do Mahatma Gandhi ao declarar que "No semblante de um animal, que não fala, há um discurso que somente um espírito sábio é capaz de entender". É muito, muito triste e doloroso ter de constatar, dia após dia, mês após mês, ano após ano, que, por mais que se fale, por mais que se escreva, por mais que se argumente, multidões de pessoas permanecem insensíveis, como que imersas em densas trevas e torpor, ao sofrimento dos animais, contribuindo, direta ou indiretamente, por ação ou omissão, com a dor, a angústia, a matança e a comilança dos corpos de nossos irmãos menores e, desta forma, negando-lhes o direito à vida e à liberdade a eles concedido pelo amoroso Criador de todos os seres. Mas nós, que amamos os animais, não haveremos nunca de renunciar à iluminada, nobre e compassiva causa em favor do reconhecimento de seus direitos, de desistir frente às imensas dificuldades com que somos continuamente desafiados nesta luta, de abandonar o enobrecedor ideal de libertação dos animais; não, de maneira alguma, jamais o faremos! Nunca, nunca abandonaremos nossos irmãos menores, pois, custe o tempo que custar, e o esforço que for necessário empregar, um dia o último animal preso será libertado, o último matadouro será fechado e a lembrança dos tempos cruéis, implacáveis, pavorosos, perversos e insanos, em que se caçavam, escravizavam, encarceravam, matavam e devoravam os animais, será a última que nossa espécie desejará evocar, a não ser como lição, advertência e solene memória de um imenso e tenebroso holocausto animal, holocausto que nunca mais acontecerá novamente.
 
Inocente animalzinho olha para além das grades que o mantém aprisionado