Tempo virá em que os seres humanos se contentarão com uma alimentação vegetariana e julgarão a matança de um animal inocente como hoje se julga o assassínio de um homem.” Leonardo da Vinci

sábado, 30 de abril de 2011

A Bíblia e o vegetarianismo

Sandro Oliveira de Carvalho

Uma visão bíblica a respeito do vegetarianismo e da compaixão pelos animais.

A religião e a defesa do vegetarianismo

É inegável a extraordinária influência que a religião exerce sobre a mente e as ações humanas. É imperativo, porém, que essa influência seja orientada sempre para o bem, para o progresso e a elevação ética, moral e espiritual da humanidade e sem a admissão, em hipótese alguma, de fanatismo ou extremismo de qualquer natureza. A religião pode, de fato, auxiliar em muito na divulgação e aceitação do vegetarianismo e dos direitos dos animais. Neste sentido, a história dá testemunho de importantes contribuições prestadas por antigas e grandes religiões (budismo, hinduísmo, jainismo, etc.) em favor do vegetarianismo. Porém, com exceção dos adventistas do sétimo dia, que somam hoje mais de 15 milhões de adeptos em todo o mundo, não tem sido grande a contribuição das igrejas cristãs e do judaísmo em favor do vegetarianismo e da libertação dos animais. Apesar disso, sabemos que, ao longo dos séculos, abnegados cristãos e judeus têm contribuído com a defesa do vegetarianismo e dos animais. Neste sentido, podemos dizer que, a despeito da tímida forma como essas duas religiões atuam em relação à nobre causa que defende o regime alimentar compassivo, bem como os direitos de nossos irmãos menores, os animais, muito mais poderia ser feito se líderes e leigos refletissem melhor sobre o tema que, acredito sinceramente, encontra amplo apoio nas páginas da Bíblia (livro sagrado para os cristãos), e no Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia, sagrados para os judeus).

Desta forma, levando em consideração que ambas as religiões creem na Bíblia, no todo ou em parte, conforme esclarecido no final do parágrafo acima, e no desejo sincero de levar a esses fiéis religiosos uma mensagem que os incentive a aderir ao regime vegetariano e apoiar tão enobrecedora e iluminada causa, decidi que escreveria este texto optando por redigi-lo em conformidade com a interpretação bíblica conservadora, que toma como literais os eventos bíblicos narrados no livro de Gênesis, ou seja, que a Terra e o homem foram criados há 6.000 anos, que o primeiro casal se chamava Adão e Eva, que eles foram expulsos do Jardim em que viviam e que se chamava Éden, que houve um dilúvio universal que destruiu a humanidade, os animais e a vegetação da época, com exceção de Noé, sua família e os animais preservados com na arca, que os descendentes de Noé se multiplicaram, foram mantidos escravizados no Egito até que ocorreu o êxodo e partiram para o deserto com destino a uma nova pátria, etc. 

Compreendo que existem outras abordagens ou interpretações da Bíblia, pois nem todas as igrejas, cristãos e judeus acreditam na literalidade de muitos dos eventos narrados principalmente no primeiro livro, ou seja, em Gênesis. Entretanto, optei em escrever este texto em conformidade com a interpretação conservadora ou literalista da Bíblia em razão de perceber que essa abordagem é muito difundida entre os cristãos e crida honestamente por milhões deles. Creio, porém, que o texto é igualmente proveitoso para os cristãos e judeus que creem que os eventos narrados em Gênesis e outros livros da Bíblia constituem símbolos ou metáforas, bastando, para tanto, fazer as necessárias aplicações das lições ali contidas (mesmo que implicitamente), tais como: a humanidade foi criada para viver com alegria, liberdade e saúde, observar o regime vegetariano, viver em harmonia com os animais, a natureza e zelar do planeta, dentre inúmeras outras lições que os relatos ensejam ao atento, sensível e inspirado leitor.

Pois bem, prosseguiremos nosso texto falando a respeito do apoio de importantes líderes cristãos e judeus em favor do vegetarianismo.

Líderes cristãos favoráveis ao vegetarianismo

Como dissemos há pouco, a história oferece eloquente testemunho a respeito da dedicação com que inúmeros líderes judaicos e cristãos têm se  posicionado, ao longo do tempo, em favor do vegetarianismo e dos animais. Na impossibilidade de citarmos todos esses líderes, faremos, não obstante, a transcrição de importantes declarações que alguns deles deram. São Basílio, por exemplo, declarou: “Os vapores das comidas com carne obscurecem o espírito. Dificilmente pode-se ter virtude se se desfruta de comidas e festas em que haja carne. No paraíso terreno não havia vinho, nem sacrifício de animais e tampouco se comia carne.” São Jerônimo, que nos legou a versão latina da Bíblia Sagrada, ou seja, a Vulgata, por sua vez, declarou enfaticamente: “O ato de comer carne era desconhecido até o grande dilúvio, mas desde então passaram a colocar os mal cheirosos sumos da carne dos animais em nossas bocas, assim como o lançaram entre o queixoso e sensual povo do deserto. Jesus Cristo, que apareceu quando a hora havia chegado, novamente uniu o fim com o princípio, de modo que não nos é mais permitido comer a carne dos animais.” (As citações atribuídas a São Basílio e a São Jerônimo foram ambas extraídas da página: www.vegetarianismo.com.br > Religiões > São os cristãos vegetarianos? - vide referências bibliográficas). Outra destacada líder cristã, a senhora Ellen White, co-fundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, falecida em 1915 e que dedicou sua longa, profícua e abnegada existência em favor do cristianismo, da saúde e da educação, assim declarou: “Não é tempo de que todos vissem dispensar a carne na alimentação? Como podem aqueles que estão buscando tornar-se puros, refinados e santos a fim de poderem fruir a companhia dos anjos celestes, continuar a usar como alimento qualquer coisa que exerça tão nocivo efeito na alma e no corpo? Como podem eles tirar a vida às criaturas de Deus a fim de consumirem a carne como um iguaria? Volvam eles antes à saudável e deliciosa comida dada ao homem no princípio, e a praticarem eles próprios e ensinarem seus filhos, a misericórdia para com as mudas criaturas que Deus fez e colocou sob nosso domínio.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, página 380. Outro importante líder cristão, também dedicado à causa, é o Reverendo anglicano Andrew Linzey, escritor e destacado integrante da Faculdade de Teologia da Universidade de Oxford. São dele as seguintes declarações: Animais são criaturas, não propriedade humana, nem utensílios, nem recursos ou bens, mas sim preciosos seres na visão de Deus... Cristãos cujos olhos estão fixos no horror da crucificação estão numa posição especial para compreenderem o horror do sofrimento inocente. A Cruz de Cristo é a absoluta identificação de Deus com os fracos, os sem poder, e os vulneráveis, porém mais que tudo, com o sofrimento desprotegido, indefeso, inocente.” (www.painelnoticias.com.br - vide referências bibliográficas). Encontramos, ainda, entre os mais influentes líderes cristãos vegetarianos, o escritor Alfons Balbach, importante líder da Igreja Adventista do Sétimo Dia – Movimento de Reforma e autor de diversas obras que tratam, principalmente, de assuntos relacionados ao vegetarianismo, naturismo e religião. Declarou ele, a respeito do tema em foco, essas notáveis considerações: “Em todas as épocas tem havido indivíduos que, por uma razão ou outra, se têm abstido de comer carne, alimentando-se exclusivamente de vegetais. O vegetarianismo tem alcançado defensores numerosos e convictos, especialmente entre os legisladores, sábios e religiosos. (…) Se o carnivorismo tivesse sido abandonado há séculos, teria também sido abandonado o culto à deusa 'força e violência'. Negando-se os homens a massacrar os pobres e indefesos animais, muito menos inclinação teriam para massacrar seus semelhantes. E, em resultado, teríamos, hoje, uma geração de homens muito mais mansos, serenos, pacíficos, e teriam muito mais ampla aceitação as máximas do Mestre dos mestres: 'Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.' (…) Os homens não mais pensariam em degolar-se uns aos outros, quer individualmente, quer em coletividade. Se alguém falasse em guerra, ouviriam tal palavra com grande repugnância. E só com muita lástima lhes passaria pela memória a triste lembrança histórica de que seus antepassados se matavam uns aos outros.” A Carne e a Saúde, páginas 7, 87 e 89.

Líderes judaicos favoráveis ao vegetarianismo

No tocante ao judaísmo, na oportunidade faremos as seguintes citações: Rabino Isaac Ha-Levi Herzog: “Os judeus cada vez mais se tornarão vegetarianos, na medida em que aprofundarem o conhecimento daquilo que lhes é prescrito na tradição judaica... Uma grande constelação de importantes Rabinos e líderes espirituais... tem apresentado o vegetarianismo como o significado maior dos preceitos morais judaicos.” (www.visaojudaica.com.br/Agosto2005/artigos/13.htm). Leiamos, agora, o que disse o Rabino Hillel Norry: "Os Nazis explicitamente estruturaram a sua destruição industrial dos Judeus usando como modelo o massacre dos animais. Não serve para comparar o sofrimento de animais e humanos, mas mostra que a forma de como tratamos os animais é semelhante à forma de como os Nazis nos trataram.” Com a palavra, agora, o Rabino David Rosen, antigo Rabino-Mor da Irlanda: "Talvez o argumento mais poderoso a favor do vegetarianismo hoje mais do que nunca (...) seja a proibição contra o 'chillul HaShem', a blasfêmia contra o nome de Deus. É, decerto, uma blasfêmia quando Judeus praticantes comem animais produzidos sob condições de crueldade que violam flagrantemente os ensinamentos e as proibições Judaicas." O grande Rabino Moses Maimonides, falecido no ano de 1204, em seu “Guia Para os Perplexos”, assim se expressou em relação aos animais: "Não deveria ser crença generalizada que todos os seres existem só para servir o Homem. Pelo contrário, todos os outros seres existem para si mesmos e não para outra finalidade qualquer. Não há diferença entre a dor dos animais e a dor dos seres humanos". Já o Rabino Shlomo Raskin, conclui com muita sabedoria que "As leis sobre a alimentação servem para nos ensinar a ter compaixão e levar-nos lentamente (de volta) ao vegetarianismo." (www.vegetarianismo.com.br> Religiões > Carne kosher é uma contradição - vide referências bibliográficas).

Porque a maioria ainda come carne

Em face de citações tão claras e contundentes, como as que foram expressas por esses grandes e notáveis líderes religiosos, porque a maioria dos fiéis judeus e cristãos continua fazendo uso de alimentos cárneos e pouca consideração dispensando ao vegetarianismo? Não há duvidas de que isso ocorre, em grande medida, porque esses fiéis ainda não compreenderam a verdade de que a Bíblia Sagrada faz vigorosa e claríssima defesa do vegetarianismo. Com efeito, nas páginas das Escrituras Sagradas encontramos argumentos claros e insofismáveis em favor da alimentação vegetariana. Desta forma, sem a pretensão de esgotarmos o assunto em análise, faremos, na presente oportunidade, alguns apontamentos que irão demonstrar, ainda que de forma breve, sucinta, mas consistente e verdadeira, que é plenamente possível fazer a defesa do regime vegetariano e dos animais partindo de uma perspectiva bíblica e religiosa.

A instituição do vegetarianismo

Começaremos nosso estudo falando a respeito da instituição do vegetarianismo e que se deu, segundo o livro de Gênesis, no Jardim do Éden e por decisão direta do próprio Criador. A dieta vegetariana foi, ao contrário do que poderiam supor alguns, determinada tanto para os seres humanos quanto para os animais. É exatamente isso que constatamos através da leitura das passagens pertinentes e que transcreveremos aqui conforme aparecem na tradução de João Ferreira de Almeida, Revisa e Atualizada no Brasil: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez.” Gênesis 1:26 a 30.

O domínio humano sobre os animais

Tendo tais informações em mente, desejamos chamar a atenção para o fato de que, não obstante haver Deus determinado, conforme consta no verso 26, que o homem dominasse sobre os animais do céu, da terra e do mar, fica evidente, porém, que esse domínio deveria ser exercido com bondade, amor e sabedoria, ou seja, da mesma forma que a Igreja estaria sujeita a Cristo (Efésios 5:24) para ser amada e protegida, os animais estão sujeitos a nós para serem tratados com bondade e compaixão. Neste sentido, Deus nos colocou na terra como mordomos, como zeladores de seu belo jardim e que inclui também os animais. Observe o que disse, a propósito, o Reverendo Andrew Linzey: “Precisamos um conceito de nós próprios no universo não como a espécie dominadora, mas como a espécie de servos - aquela a quem foi dada a responsabilidade pelo todo e pelo bem do todo. Devemos nos deslocar da ideia que os animais nos foram dados e feitos para nós, partindo para a ideia de que nós fomos feitos para a criação, para servi-la e assegurar sua continuidade. Isto na verdade é pouco mais que a teologia do Gênesis, Capítulo Dois. O jardim foi feito belo e abundante de vida: os homens foram criados especificamente para cuidar dele.” (Citado do site: www.beatrizfagundes.com.br > Corpo Mente e Espírito > Jesus Era Vegetariano, em 30/04/2011). Em hipótese alguma, portanto, o domínio humano sobre os animais, de que trata a Bíblia em Gênesis 1:26, deveria ser interpretado como uma licença para que os animais fossem maltratados e mortos e isso por ainda outros dois bons motivos: 1º. no Éden não havia sofrimento e morte; 2º. a alimentação de todos os seres vivos, que ali viviam, incluindo os homens e os animais, era vegetariana.

As disposições originais da criação eram perfeitas

Segundo a Bíblia Sagrada, as disposições originais da criação, incluindo o vegetarianismo, eram de tal maneira perfeitas e agradáveis aos olhos do Senhor, que levaram o autor do livro de Gênesis a expressar, no capítulo 1:31, as seguintes e tocantes palavras: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.”

O início do hábito de comer carne propriamente dito

Diante do relato bíblico que estabelece o vegetarianismo como sendo de origem divina, muitos desejam saber quando foi, portanto, que o homem passou a tirar a vida dos animais e alimentar-se de sua carne. Respondendo a pergunta do ponto de vista da Bíblia Sagrada, mais precisamente do livro de Gênesis, podemos afirmar, com absoluta segurança, que esse fato lamentável ocorreu somente após a queda do homem e como resultado direto das terríveis consequências que o pecado acarretou sobre os seres humanos e o planeta como um todo. Desta forma, biblicamente falando, os homens passaram a matar os animais e comer sua carne não porque Deus houvesse dado permissão para tal, mas em virtude da natureza pecaminosa que herdaram após a queda. Entretanto, nem todos condescenderam com o regime cárneo, pois uma minoria permaneceu fiel ao vegetarianismo. Entre os que aderiram ao regime cárneo, todavia, o mal cresceu  e tomou grandes proporções. Agigantou-se, de forma tão ameaçadora, que Deus, não suportando mais tanta violência e maldade, destruiu o mundo de então com as águas do grande dilúvio descrito na Bíblia Sagrada. Com exceção de oito pessoas apenas, bem como dos animais que foram preservados na arca, todos os demais habitantes do planeta pereceram. Moisés explicou, nos seguintes termos, a decisão divina pela destruição daquela civilização: “... o Senhor viu que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.” (Gênesis 6:5). Escrevendo sobre o tema, Ellen White assim se expressou: “Os habitantes do Velho Mundo eram intemperantes no comer e beber. Queriam ter alimento cárneo, embora Deus não lhes houvesse dado permissão de comer alimento animal. Comiam e bebiam em excesso, e seus apetites depravados não conheciam limites. Entregaram-se a abominável idolatria. Tornaram-se violentos e ferozes, e tão corruptos que Deus não os pôde suportar por mais tempo. Encheu-se o cálice de sua iniquidade, e Deus purificou a Terra da poluição moral por meio do dilúvio.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, página 373 e 374. Assim, ao compreendermos a visão bíblica a respeito da origem do hábito de comer carne, somos levados à conclusão de que essa prática alimentar contribuiu tão decisivamente com a maldade do mundo antediluviano da mesma forma que está contribuindo hoje, pois é claramente perceptível que aumenta a violência no mundo na mesma medida em que cresce o consumo de carne e a violência contra os animais.

Quando e porque permitiu Deus o consumo de carne

O consumo de carne teve seu início, como vimos anteriormente, logo após a queda do homem e em consequência da natureza pecaminosa que se apoderou do gênero humano. Entretanto, verificamos, pela Bíblia Sagrada, que houve um momento, uma ocasião específica, em que o homem recebeu permissão divina para o uso de alimentos cárneos, ainda que sob algumas condições,  tais como a proibição de comer sangue e certas espécies de animais, a exemplo do porco. Ora, considerando que o propósito de Deus em relação à alimentação humana nunca mudou, pois Deus não muda nunca (Malaquias 3:6), por que motivo, então, haveria o Senhor concedido permissão para o uso de alimentos cárneos? Mais uma vez responderemos em conformidade com o pensamento exposto na Bíblia, pois estamos analisando o vegetarianismo do ponto de vista religioso. Pois bem, a explicação para essa permissão deriva do fato de que, naquele tempo, segundo consta na Bíblia, os seres humanos eram dotados de uma natureza física tão extraordinária e singular que lhes permitia viver na terra por centenas de anos. Isso mesmo! Segundo o texto bíblico, aqueles homens antediluvianos alcançavam ditosa velhice, vivendo, conforme consta nos capítulos iniciais de Gênesis, por quase mil anos. Só para citar alguns exemplos, basta mencionar que Adão, o primeiro homem descrito na Bíblia, viveu por longos 930 anos (Gênesis 5:5). O mesmo fenômeno ocorreu em relação a seu filho, Sete, o qual viveu incríveis 912 anos (Gênesis 5:8). Matusalém, filho de Enoque, viveu extraordinários 969 anos (Gênesis 5:27). Noé, aquele que, segundo a Bíblia Sagrada, foi salvo das águas do dilúvio, alcançou impressionantes 950 anos (Gênesis 9:29). E assim se deu em relação a outros personagens que a Bíblia descreve nas primeiras páginas de Gênesis e, por dedução lógica, imaginamos que o mesmo tenha ocorrido também no que se refere aos outros habitantes do mundo antediluviano e que não são citados na Bíblia. Entretanto, que relação havia entre a longevidade do homem antediluviano e a permissão para o consumo de alimentos cárneos? Permitamos que Ellen White responda em conformidade com o entendimento que obteve sobre a questão: “Depois do dilúvio o povo comeu à vontade do alimento animal. Deus viu que os caminhos do homem eram corruptos, e que o mesmo estava disposto a exaltar-se orgulhosamente contra seu Criador, seguindo as inclinações de seu coração. E permitiu Ele que aquela raça de gente longeva comesse alimento animal, a fim de abreviar sua vida pecaminosa. Logo após o dilúvio o gênero humano começou a decrescer rapidamente em tamanho, e na extensão dos anos.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, página 373. Uma outra razão, sendo esta de natureza secundária, pela qual Deus teria permitido o uso de alimentos cárneos, se deu em razão da destruição da vegetação pelas águas do dilúvio. Neste sentido, assim se expressou Ellen White: O regime indicado ao homem no princípio, não compreendia alimento animal. Não foi senão depois do dilúvio, quando tudo quanto era verde na Terra havia sido destruído, que o homem recebeu permissão para comer carne.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, página 374. Escrevendo a respeito do mesmo tema, ou seja, daquela permissão dada para o uso de alimentos cárneos, o Reverendo Andrew Linzey argumenta que essa permissão se deu unicamente em caráter temporário e como uma espécie de concessão divina à pecaminosidade do homem, a exemplo do que ocorreu em relação ao divórcio. Vejamos o que disse o Reverendo: “Gênesis 9, o texto frequentemente citado como justificativa para comer animais, é reconhecido pela maioria dos teólogos como uma concessão muito temporária pós-dilúvio (pois todo alimento vegetariano tinha sido destruído) ou como uma concessão à pecaminosidade humana (Gênesis 9 também é usado para justificar escravidão). São Jerônimo escreve: "Quanto ao argumento de que na segunda benção de Deus (Gen9:3) é dada permissão para comer carne - uma permissão que não é dada na primeira benção (Gen1:29) - saibam que assim como a permissão de se desvencilhar de uma esposa não foi, conforme as palavras do Salvador, dada desde o início, mas foi concedida à raça humana por Moisés devido à dureza de nossos corações (Mt 19), assim da mesma maneira comer carne era desconhecido antes do Dilúvio..." (Transcrito da página:  http://www.beatrizfagundes.com.br > Corpo Mente e Espírito > Jesus Era Vegetariano, em 30/04/2011). Compreendemos, portanto, segundo a Bíblia Sagrada, alguns dos motivos pelos quais o uso de carne foi tolerado por Deus. Entretanto, de todos os motivos aqui relacionados, causa-nos profunda e indelével impressão aquele segundo o qual o consumo de carne teria sido permitido com a finalidade precípua de abreviar a vida do homem sobre a terra! De fato, ao examinarmos os capítulos de Gênesis posteriores àquele que narra o dilúvio, constatamos, sem maiores dificuldades, que a vida humana foi diminuindo pouco a pouco até chegar aos atuais 70 ou 80 anos, pois, como disse o salmista, “Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente e nós voamos.” Salmo 90:10. A explicação de Ellen White, para a permissão do consumo de carne, em conexão com o decréscimo do tempo de vida humana, claramente observado nos relatos da Bíblia Sagrada, faz supor que a introdução da alimentação cárnea causou alguma espécie de mutação genética tão grave e persistente, que se tornou, para todos os efeitos, absolutamente irreversível e passou a ser transmitida, de forma hereditária, para todos os seres humanos até hoje. Biblicamente falando, poderíamos chamar essa terrível mutação genética de “a maldição da carne”. Pois bem, apesar de haver Deus, segundo a interpretação referida, dado permissão para o uso de carne em razão, como já vimos, de causar  a diminuição da vida do homem sobre a terra, pois, pensando bem, seria realmente terrível se homens extremamente cruéis e que fizeram perecer milhões de vítimas, tais como: Mao Tsé-tung (77.000.000); Joseph Stalin (43.000.000); Adolf Hitler (21.000.000); Kublai Khan (19.000.000); Imperatriz Cixi (12.000.000); Leopoldo II (10.000.000); Chiang Kai-shek (10.000.000); Genghis Khan (4.000.000); Hideki Tojo (4.000.000) e, ainda, Pol Pot (2.000.000). (www.super.abril.com.br - vide, por favor, as referências bibliográficas), pudessem viver, não por algumas dezenas de anos apenas, como foi o caso de todos eles, mas por dezenas de séculos! Que horror! Seria um pesadelo dantesco, apavorante, além de qualquer imaginação. Prossigamos. Apesar de haver Deus, naqueles tempos, concedido permissão para o uso de carne, como constatamos em Gênesis 9: 3 e 4, é de fundamental importância esclarecer, em consonância com a estrutura de argumentos bíblicos favoráveis ao vegetarianismo, que Deus realmente concedeu a referida permissão apenas em caráter temporário, excepcional, buscando tão somente alcançar aquele fim proposto, ou seja, diminuir o tempo de vida dos homens sobre a terra e também para permitir que houvesse tempo necessário para que a terra voltasse a produzir alimentos vegetais em abundância e variedade suficiente para alimentar os sobreviventes do dilúvio, pois, de acordo com as Sagradas Escrituras, o ideal divino, em relação à alimentação humana, permaneceu inalterado e francamente favorável ao vegetarianismo.

O êxodo de Israel e a rebelião no deserto

Uma das evidências bíblicas que confirmam claramente a desaprovação divina ao regime cárneo, encontramos no livro de Números, capítulo 11:1 a 35. Examinando o texto percebemos que Deus, ao tirar Seu povo do Egito, através da poderosa liderança de Moisés e com o propósito de conduzi-los à terra prometida, deu início, naquela mesma ocasião, à reforma que deveria culminar com o retorno de seu povo à dieta original, quando não mais se alimentariam de carne. Todavia, para que esse fim pudesse ser alcançado, proveu-lhes o Senhor, antes que o povo chegasse à terra prometida, ou seja, ainda durante a peregrinação no deserto, o maná, um precioso alimento que, segundo a Bíblia Sagrada, descia do céu em condições verdadeiramente miraculosas, excepcionais. Descrevendo o singular e extraordinário fenômeno, assim se expressou Ellen White: “Escolhendo a comida do homem, no Éden, mostrou o Senhor qual era o melhor regime; na escolha feita para Israel, ensinou Ele a mesma lição. Tirou os israelitas do Egito, e empreendeu educá-los, a fim de serem um povo para Sua possessão própria. Desejava, por intermédio deles, abençoar e ensinar o mundo inteiro. Proveu-lhes o alimento mais adaptado ao Seu desígnio; não carne, mas o maná, 'o pão do Céu'. João 6:31.” Conselhos sobre o Regime Alimentar, página 374. Entretanto, apesar da manifestação de amor e bondade que o Senhor manifestou para com seu povo, retirando-lhes a alimentação cárnea e substituindo-a pelo saudável e puro maná, a Bíblia relata que muitos, dentre o povo, rebelaram-se contra a reforma de saúde e passaram a protestar ruidosamente pedindo carne. Neste sentido, o livro de Números descreve a terrível experiência no deserto, bem como o desfecho final da rebelião. Vejamos alguns versículos do referido capítulo 11: “E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer? (…) E disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da congregação, e ali estejam contigo. (…) E dirás ao povo: Santificai-vos para amanhã, e comereis carne; porquanto chorastes aos ouvidos do SENHOR, dizendo: Quem nos dará carne a comer? Pois íamos bem no Egito; por isso o SENHOR vos dará carne, e comereis; Não comereis um dia, nem dois dias, nem cinco dias, nem dez dias, nem vinte dias; Mas um mês inteiro, até vos sair pelas narinas, até que vos enfastieis dela; (…) Então soprou um vento do SENHOR e trouxe codornizes do mar, e as espalhou pelo arraial quase caminho de um dia, de um lado e de outro lado, ao redor do arraial; quase dois côvados sobre a terra. Então o povo se levantou todo aquele dia e toda aquela noite, e todo o dia seguinte, e colheram as codornizes; o que menos tinha, colhera dez ômeres; e as estenderam para si ao redor do arraial. Quando a carne estava entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, se acendeu a ira do SENHOR contra o povo, e feriu o SENHOR o povo com uma praga mui grande. Por isso o nome daquele lugar se chamou Quibrote-Ataavá, porquanto ali enterraram o povo que teve o desejo da comida dos egípcios.” Números 11: 4, 16, 18 a 20, 31, 33 e 24. Comentando o episódio bíblico, Ellen White escreveu o seguinte: “Foi unicamente devido a seu descontentamento e murmuração em torno das panela de carne do Egito, que lhes foi concedido alimento cárneo, e isto apenas por pouco tempo. Seu uso trouxe doença e morte a milhares. Todavia a restrição a um regime sem carne não foi nunca aceita de coração. Continuou a ser causa de descontentamento e murmuração, franca ou secreta, e não ficou permanente.” (13) Conselhos Sobre o Regime Alimentar, página 374. Passados muitos anos após o pavoroso evento, o salmista, inspirado, assim se manifestou a respeito dos acontecimentos referidos em Números 11:1 a 35: “Cedo, porém, se esqueceram das suas obras; não esperaram pelo seu conselho; mas deixaram-se levar pela cobiça no deserto, e tentaram a Deus no ermo. E ele lhes deu o que pediram, mas fê-los definhar de doença.” Salmo 106: 13 a 15. Encontramos, ainda, este outro comentário: “Contudo ele ordenou às nuvens lá em cima, e abriu as portas dos céus; fez chover sobre eles maná para comerem, e deu-lhes do trigo dos céus. Cada um comeu o pão dos poderosos; ele lhes mandou comida em abundância. Fez soprar nos céus o vento do oriente, e pelo seu poder trouxe o vento sul. Sobre eles fez também chover carne como poeira, e aves de asas como a areia do mar; e as fez cair no meio do arraial deles, ao redor de suas habitações. Então comeram e se fartaram bem, pois ele lhes trouxe o que cobiçavam. Não refrearam a sua cobiça. Ainda lhes estava a comida na boca, quando a ira de Deus se levantou contra eles, e matou os mais fortes deles, e prostrou os escolhidos de Israel.” Salmo 78:23 a 31.

Deus deseja que nos tornemos vegetarianos

Lamentavelmente e apesar do terrível resultado da rebelião no deserto, quando multidões pereceram em razão do apetite por carne, muitos professos seguidores de Jeová continuam hoje alimentando-se de carne e rejeitando o vegetarianismo, conforme designado pelo Criador em Gênesis 1:29, ao mesmo tempo em que imaginam estar realizando o propósito de Deus quanto à alimentação adequada ao ser humano. Embora a Bíblia Sagrada admita, em certas passagens isoladas, uma certa tolerância para com o uso de carne, o fato é que essa admissão, ou tolerância, somente se aplica em situações de emergência. De fato, quando analisamos as Escrituras Sagradas com humildade, reverência e sempre atentos ao pensamento bíblico, percebemos claramente a existência de uma linha de argumentos  amplamente favorável ao vegetarianismo e contrária ao uso de carne na alimentação. Desta forma, não devemos nos surpreender com versos bíblicos que parecem indicar, isoladamente, que os alimentos cárneos fazem parte de uma dieta normal. Na realidade, esses textos são facilmente compreendidos quando corretamente interpretados. Devemos, neste sentido, levar em consideração o contexto maior das Escrituras relativamente ao vegetarianismo e considerar, ainda, o tempo, o lugar, as circunstâncias e o propósito em relação a cada uma dessas passagens, desses versículos. Acima de tudo, porém, o fundamental é compreendermos para onde o Senhor nos deseja guiar. Neste sentido, assim se expressou a senhora Ellen White: “Tem-me sido repetidamente mostrado que Deus está procurando levar-nos de volta, passo a passo, a Seu desígnio original - que o homem subsista com os produtos naturais da terra.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, página 380.

Extraordinária prova de que a Bíblia defende o vegetarianismo

Um dos mais notáveis exemplos do quanto Deus  aprova e deseja a alimentação vegetariana para seus filhos, considerando-a muito mais saudável, encontramos no primeiro capítulo do livro de Daniel. O texto narra a experiência do jovem Daniel quando o mesmo esteve, com seus amigos, residindo na presença do Rei Nabucodonosor. Para melhor compreensão, segue o texto em sua íntegra: “No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou. O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa de Deus; a estes, levou-os para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e os pôs na casa do tesouro do seu deus. Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres, jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus. Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei. Entre eles, se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias. O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abede-Nego. Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se. Ora, Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos. Disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; por que, pois, veria ele o vosso rosto mais abatido do que o dos outros jovens da vossa idade? Assim, poríeis em perigo a minha cabeça para com o rei. Então, disse Daniel ao cozinheiro chefe, a quem o chefe dos eunucos havia encarregado de cuidar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias: Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos deem legumes a comer e água a beber. Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a dos jovens que comem das finas iguarias do rei; e, segundo vires, age com os teus servos. Ele atendeu e os experimentou dez dias. No fim dos dez dias, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei. Com isto, o cozinheiro chefe tirou deles as finas iguarias e o vinho que deviam beber e lhes dava legumes. Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos. Vencido o tempo determinado pelo rei para que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe à presença de Nabucodonosor. Então, o rei falou com eles; e, entre todos, não foram achados outros como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, passaram a assistir diante do rei. Em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino.” Daniel 1:1 a 20. Após a leitura deste capítulo quem poderá,  crendo na Bíblia Sagrada e sendo religioso sincero, negar a excelência do vegetarianismo? Afinal, não disse o apostolo Paulo que "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." ? II Timóteo 3:16 e 17. Todos aqueles que creem na Bíblia deveriam se tornar vegetarianos, pois esse é o regime que ela indica.

Por que deseja Deus que sejamos vegetarianos

Além das muitas implicações para nosso desenvolvimento ético e moral, incluindo a compaixão pelos animais, outro motivo pelo qual o Senhor deseja que nos tornemos vegetarianos é justamente em razão de nossa saúde. Sobre o tema, Ellen White declarou convicta:“Cânceres, tumores e toda enfermidade inflamatória são causados em grande parte pelo alimento cárneo. Segundo a luz que Deus me deu, a predominância do câncer e dos tumores é em grande parte devida ao uso abundante de carne morta.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, página 388. Mas, além dos motivos envolvendo ética, moral, compaixão e saúde, há, ainda, um motivo fundamental para não comermos carne. Ellen White, escrevendo sobre a íntima relação que existe entre o vegetarianismo e o pleno desenvolvimento das faculdades espirituais, tão necessárias à nossa preparação para a vida eterna, convida os fiéis de Deus para a seguinte reflexão: “Há de o povo que se prepara para tornar-se santo, puro e enobrecido, a fim de poder ser introduzido na sociedade dos anjos celestes, continuar a tirar a vida das criaturas de Deus e viver de sua carne, deliciando-se com ela como uma iguaria? Do que o Senhor me tem mostrado, esta ordem de coisas se há de mudar, e o povo peculiar de Deus exercerá temperança em tudo.” Testemunhos Seletos, volume I, página 195.

A decadência da sociedade atual e sua relação com o uso de carne

Desnecessário se faz dizer que multidões de homens e mulheres não cultivam a verdadeira espiritualidade, pois há uma enorme carência de amor e compaixão em todo o mundo. De fato, milhões de seres humanos e animais sofrem violência, fome e abandono. Observe como o profeta Isaías descreveu os dias atuais “mas eis aqui gozo e alegria; matam-se bois, degolam-se ovelhas, come-se carne, bebe-se vinho, e se diz: Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos. Mas o Senhor dos exércitos revelou-se aos meus ouvidos, dizendo: Certamente esta maldade não se vos perdoará até que morrais, diz o Senhor Deus dos exércitos.” Isaías 22: 13 e 14. (Grifos meus). As palavras de Isaías cumprem-se hoje com notável e singular precisão, pois muitos vivem apenas para si mesmos, manifestando total egoísmo e insensibilidade para com o sofrimento, as carências e as necessidades de outros seres humanos e também dos animais. Existindo em meio a uma sociedade entregue ao materialismo, ao consumismo e à devastação da natureza, a maioria segue escrava do apetite por carne e não percebe o quanto está contribuindo com o sofrimento e a violência no mundo todo ao participar, por ação ou omissão, com o sofrimento e a violência praticadas contra os animais nos locais de criação, confinamento, abate e nos laboratórios de vivissecção. Porém, como se não bastasse tamanha insensatez, a maioria ainda vive iludida com o pensamento de que esta vida é tudo o que há e que jamais terá de prestar contas a Deus do uso que fez de sua vida e de como tratou o semelhante e os animais.

As lições que a rebelião no deserto nos ensina hoje

Ora, essa disposição de vida materialista e voltada para a intemperança no comer e beber e que não leva em consideração as carências e dores dos animais, nos faz pensar na atitude daqueles glutões carnívoros que se queixaram no deserto, pois, ao passo que o Senhor desejava conduzi-los a uma melhor condição de saúde física e espiritual, substituindo a carne pelo maná até que o vegetarianismo fosse, para todos os efeitos, plenamente reintroduzido quando chegassem à terra prometida, os revoltosos glutões e carnívoros protestaram em altos brados e impropérios, inconformados, opondo-se ao plano divino que visava restabelecer o vegetarianismo e por isso pereceram “estando a carne ainda em seus dentes e antes que fosse mastigada”. Estabelecendo um interessante paralelo entre os revoltosos glutões no deserto e o povo que vive nos tempos atuais, assim advertiu o apóstolo Paulo: Mas Deus não se agradou da maior parte deles, por isso foram prostrados no deserto. E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. (...) Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos. I Coríntios 10: 6 e 11. Aqueles sob os quais os “fins dos séculos” são chegados somos nós, os que vivemos hoje, sendo que a expressão “fins dos séculos”, claramente indica, no contexto bíblico, a terminação do atual processo civilizatório e o início de uma nova era de paz, amor, justiça, progresso e alegrias inefáveis. Essa nova era durará para sempre e beneficiará a todos quantos forem justos e caminharem na luz do amor de Cristo.

A igreja remanescente e a restauração do vegetarianismo

Comentando a respeito de tempos ainda futuros, nos quais seriam restauradas importantes e antigas instituições divinas, como o vegetarianismo e o respeito pela natureza, assim se manifestou o profeta Isaías: Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne habitável.” Isaías 58:12. Essa obra de restauração também foi prevista por Tiago: “ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade.” Atos 3:21. Mas a quem caberá, em conformidade com o ensino bíblico, essa obra de reforma e retorno ao início, quando tudo “era muito bom” (Gênesis 1:31)? Vejamos a interessante resposta que nos oferece Alfons Balbach: “No Apocalipse lemos acerca de sete igrejas. O número 'sete', biblicamente, significa perfeição, totalidade. Essas sete igrejas representam sete períodos da igreja cristã, desde o início até ao fim. Os nomes dados em relação às mesmas são significativos das circunstâncias dos respectivos períodos. O último período é o período de Laodicéia. 'Laudicéia' quer dizer 'julgamento do povo'. A igreja do período de Laodicéia é aquela que vive no tempo em que se processa o juízo investigativo no Céu. É a que alcançará a segunda vinda de Cristo. Essa igreja é justamente o Elias que havia de restaurar todas as coisas. Cristo Se apresenta a cada uma dessas igrejas com algum característico que a mesma possui ou deve possuir. Não vamos examinar aqui os característicos de todas as sete. (Ver nosso livro 'Um Novo Mundo'). Consideraremos apenas as condições da última igreja. 'E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.' (Ap 3:14). A última igreja completa o ciclo da peregrinação do povo de Deus sobre a Terra, pois retorna às condições existentes no princípio da criação, entre as quais figura o regime alimentar vegetariano.” A Carne e a Saúde, página 119 e 120. Entretanto, é importante destacar que esse retorno, essa reforma, por assim dizer, ocorreria progressivamente, daí a razão de haver dito Jesus, aos seus discípulos: "Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir." João 16:12 e13. As palavras de Cristo explicam, inclusive, porque ele não declarou, em sua vida terrena, toda a verdade a respeito do vegetarianismo. Esse era um assunto que, a exemplo de inúmeros outros de singular importância, estava reservado apenas para o futuro, para quando as consciências humanas estivessem melhor preparadas ou capacitadas para compreendê-los e aceitá-los. Cremos, entretanto, que esse tempo já chegou, pois a verdade a respeito do vegetarianismo brilha hoje com intensa luz no mundo todo, de maneira que todos podem ser agora iluminados pelo brilho dessa luz plena de amor e compaixão. De fato, há no mundo hoje muitas obras inspiradas, de grande valor ético, moral, espiritual, científico e filosófico, explicando a relação entre vegetarianismo, saúde, meio ambiente, compaixão e espiritualidade, de maneira que ninguém precisa permanecer em dúvida relativamente ao regime vegetariano. Para aqueles que desejarem obter uma compreensão adicional, minimamente auxiliar, a respeito de alguns aspectos envolvendo a vida de Cristo na terra e sua conexão com o vegetarianismo e a compaixão pelos animais, sugerimos a leitura de nosso trabalho "Por que não devemos comer carne - o vegetarianismo e sua influência na saúde, na espiritualidade, na vida dos animais e no meio ambiente."

Como será viver na nova terra

Pelo estudo comparativo de inúmeras profecias bíblicas, bem como da análise dos resultados de muitas e solenes pesquisas realizadas por eminentes cientistas e ambientalistas e que advertem para o risco iminente de não ser mais possível controlar ou deter a avassaladora destruição da natureza, somos envolvidos pelo pensamento de que podemos estar próximos do fim da presente civilização, pois é evidente que esta se esgotando rapidamente o atual modelo de vida que não respeita a natureza, as pessoas e os animais. Isso não significa, porém, que assistiremos ao fim do planeta e que a humanidade e os animais serão extintos. Significa, isto sim, que testemunharemos o término de um mundo de injustiças e sofrimentos e o desabrochar de um novo mundo repleto de amor, sabedoria e progresso ilimitado. Nesse novo mundo, conforme descreve a Bíblia, não haverá mais violência de nenhuma espécie e todos seremos vegetarianos, inclusive os animais. Em consequência, não haverá morte ou sacrifício de animais, pois o próprio Senhor Jesus Cristo, o futuro Rei desse novo mundo, quando esteve entre nós, trazendo a luz, o amor e a salvação, declarou enfaticamente sua oposição a toda forma de sacrifícios e holocaustos. Observe o que ele disse: “Misericórdia quero e não sacrifício” Mateus 9:13, e também advertiu dizendo: “Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.” Mateus 12:7. Semelhantemente, o profeta Oseias, escrevendo sob as luzes da inspiração maior, também se manifestou contrário aos sacrifícios e holocaustos, pois disse: Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.” Oseias 6:6. O mesmo pensamento encontramos em Isaías: “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? — diz o SENHOR. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes.” Isaías 1:11. Observe, agora, como a Bíblia retrata as condições que reinarão no futuro paraíso terrestre: “Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo. E exultarei por causa de Jerusalém e me alegrarei no meu povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor. Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado. Eles edificarão casas e nelas habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque a longevidade do meu povo será como a da árvore, e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos. Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do SENHOR, e os seus filhos estarão com eles. E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; pó será a comida da serpente. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o SENHOR. Isaías 65:17-25. Observe, agora, esta outra descrição da nova terra e perceba as transformações que ocorrerão: O lobo viverá com o cordeiro, o leopardo se deitará com o bode, o bezerro, o leão e o novilho gordo pastarão juntos; e uma criança os guiará. A vaca se alimentará com o urso, seus filhotes se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. A criancinha brincará perto do esconderijo da cobra, a criança colocará a mão no ninho da víbora. Ninguém fará nenhum mal, nem destruirá coisa alguma em todo o meu santo monte, pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar.” Isaías 11:6 a 9. Comentando esses versículos, bem como outros correlatos, assim se expressou o Reverendo Andrew Linzey: “Tal é então a visão de paz - a paz não somente entre os humanos e os animais, mas também entre todos os animais. O que os autores bíblicos exprimem aqui - e em outras passagens importantes do Gênesis, de Oséas, de Jeremias, de Amós, dos Salmos, dos, Colossenses, dos Romanos, dos Efésios e do Apocalipse - é a convicção que a vontade original de Deus para a criação é a ordem, a harmonia e a paz. Imagine um mundo diferente: um mundo de coexistência pacífica entre todas as espécies. Um mundo onde haja lugar para todos e onde cada necessidade seja satisfeita. Um mundo pleno de vida, onde cada criatura viva protegida da violência. Um mundo onde os seres humanos reflitam de modo evidente a glória de Deus. Um mundo onde os humanos tomem conta do mundo, sabendo que ele é a propriedade de Deus e por isso um tesouro sagrado. Um mundo onde tudo seja bento e glorifique Deus através da vida. Um mundo transfigurado pela ação de graça do Sabbat, no qual os humanos precedam às outras criaturas somente no culto e na glorificação reconhecida e reverenciosa de Deus. Um mundo onde todas as criaturas, animadas e inanimadas, que sintam ou não, humanas e não humanas, existam em perfeita unidade diante de seu Criador. Este mundo é aquele descrito no capítulo 1 do Gênesis. Deus cria toda vida, oferecendo a terra para que todas as formas de vida a partilhem (1: 10-25). Os humanos são feitos à imagem de Deus e encarregados de dominar (1: 26-28). Entretanto a dominação não significa a tirania, mas a responsabilidade. Enfim, os humanos recebem, assim como os animais, a injunção de serem vegetarianos, de viverem sem violência (1: 29-30). Por esta razão, Deus "contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom" (1: 31). Pode ser que o capítulo 1 do Gênesis não seja uma descrição do que foi, mas do que está por vir.” (Citado do site: www.olharanimal.net >pensata animal > artigos > Andrew Linzey > Evangelho Animal, em 30/04/2011). Sim, do que era e do que está por vir, realmente, nobre Reverendo Linzey, pois João, o vidente de Patmos, assim descreveu as cenas paradisíacas que contemplou: “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:1 a 4. Esforcemo-nos, portanto, mediante a graça e o amor de Deus, para sermos achados dignos de habitar essa nova terra de amor, felicidade e progresso sem fim. Nova terra cuja linda visão o Senhor concedeu a Ellen White e ela a descreveu nestes termos: Ali os remidos conhecerão como são conhecidos. O amor e simpatias que o próprio Deus plantou na alma, encontrarão ali o mais verdadeiro e suave exercício. A comunhão pura com os seres santos, a vida social harmoniosa com os bem-aventurados anjos e com os fiéis de todos os tempos, que lavaram suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro, os sagrados laços que reúnem "toda a família nos Céus e na Terra" (Efés. 3:15) - tudo isto concorre para constituir a felicidade dos remidos. Ali, mentes imortais contemplarão, com deleite que jamais se fatigará, as maravilhas do poder criador, os mistérios do amor que redime. Ali não haverá nenhum adversário cruel, enganador, para nos tentar ao esquecimento de Deus. Todas as faculdades se desenvolverão, ampliar-se-ão todas as capacidades. A aquisição de conhecimentos não cansará o espírito nem esgotará as energias. Ali os mais grandiosos empreendimentos poderão ser levados avante, alcançadas as mais elevadas aspirações, as mais altas ambições realizadas; e surgirão ainda novas alturas a atingir, novas maravilhas a admirar, novas verdades a compreender, novos objetivos a aguçar as faculdades do espírito, da alma e do corpo. Todos os tesouros do Universo estarão abertos ao estudo dos remidos de Deus. Livres da mortalidade, alçarão voo incansável para os mundos distantes - mundos que fremiram de tristeza ante o espetáculo da desgraça humana, e ressoaram com cânticos de alegria ao ouvir as novas de uma alma resgatada. Com indizível deleite os filhos da Terra entram de posse da alegria e sabedoria dos seres não caídos. Participam dos tesouros do saber e entendimento adquiridos durante séculos e séculos, na contemplação da obra de Deus. Com visão desanuviada olham para a glória da criação, achando-se sóis, estrelas e sistemas planetários, todos na sua indicada ordem, a circular em redor do trono da Divindade. Em todas as coisas, desde a mínima até à maior, está escrito o nome do Criador, e em todas se manifestam as riquezas de Seu poder. E ao transcorrerem os anos da eternidade, trarão mais e mais abundantes e gloriosas revelações de Deus e de Cristo. Assim como o conhecimento é progressivo, também o amor, a reverência e a felicidade aumentarão. Quanto mais aprendem os homens acerca de Deus, mais Lhe admiram o caráter. Ao revelar-lhes Jesus as riquezas da redenção e os estupendos feitos do grande conflito com Satanás, a alma dos resgatados fremirá com mais fervorosa devoção, e com mais arrebatadora alegria dedilharão as harpas de ouro; e milhares de milhares, e milhões de milhões de vozes se unem para avolumar o potente coro de louvor. "E ouvi a toda a criatura que está no Céu, e na Terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre." Apoc. 5:13. O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. Daquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor.” O Grande Conflito, páginas 677 e 678. A preparação para este novo lar, para esta nova vida, requer muito mais do que um mero e superficial conhecimento. Requer uma transformação radical de vida, de ideais, de costumes e hábitos. Requer, ainda, o despertar de uma fé viva e real em Cristo e a redenção por ele efetuada e cujos resultados são para benefício da humanidade e de toda a criação, a mesma criação que um dia se perdeu pela ação do homem, mas que em Cristo é reencontrada e plenamente restaurada. Requer, finalmente, o cultivo de um verdadeiro e abnegado amor e compaixão para com todos os seres vivos, sejam humanos ou animais, pois o amor é instrumentalidade divina de inexcedível valor e excelsa nobreza e que está a serviço da edificação da alma, da lapidação do caráter e do aperfeiçoamento das mais finas e nobres sensibilidades da mente e do espírito em sua jornada rumo a Deus e ao infinito. 

 Photo: congerdesign, in Pixabay





5 comentários:

  1. Sou estudante da Palavra e te digo que os excertos bíblicos aqui citados não fundamentam o vegetarianismo, senão possuem outros sentidos os quais devem ser estudados profundamente. Levíticos ensinam o processo kasher para o consumo adequado para que não se absorva a "alma" do animal ou sua vitalidade presente no sangue. Do contrário o yetzer hará (desejo maléfico) aumenta distanciando a alma do ensinamento do espírito. Nas tradições orientais o vegetarianismo é utilizado para práticas específicas em seus processos iniciáticos.

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  2. Fato; simples assim, muito bom obrigado!

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